4 de Março – CAUSAS E CONDIÇÕES INFINITAS 

Quanto valor terá a folha de um vegetal? Uma pessoa comum dirá que custará uns quantos dólares, mas um sábio saberá estimá-la por si pois foi um produto que nasceu de causas e condições infinitas. Todos os aspetos da vida, desde as dificuldades até à prosperidade, têm causas e condições numerosas. Antes que nos queixemos dos nossos resultados, devemos refletir sobre as nossas causas e condições do passado. 

Estimar as nossas bênções poderá ser equiparado ao amor e ao carinho que nutrimos por um pedaço de terreno. Também impede que os três venenos – ganância, aversão, e ignorância – sufoquem as sementes que plantámos. Neste sentido, formar conexões kármicas positivas corresponde a um abraçar dos méritos da brisa da Primavera, da chuva abundante, e da humidade, fazendo com que o campo da nossa mente floresça e traga os seus frutos. 

Estimar as nossas bênções já é por si um cultivo amoroso dos nossos terrenos para a virtude, enquanto que formação de afinidades com os outros nutrirá condições futuras. 

Enquanto que a rosa alimenta-se da vaidade durante um instante de beleza, a pinha humilde preserva a sua glória contra o teste do tempo. Na vida devemos ser como a pinha, aprendendo a transformar os desafios e adversidades do ambiente no calor aconchegante do sol e na frescura de uma brisa. 

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3 de Março – UM CANTO APAZIGUADOR DA MENTE 

Quando a mente está em paz, 
o corpo estará naturalmente em paz; 
Quando o copo está em paz, 
o quarto também estará em paz. 
Quando o corpo e a mente estão ambos em paz, 
como é possível que algo te venha a incomodar? 
Quem é alguém para dizer que o corpo é pequeno? 
uma vez que esteja em paz, será tão majestoso com o Monte Tai. 
Quem é alguém para dizer que o quarto é pequeno? 
ele é tão vasto como o espaço que existe entre o céu e a terra. 

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2 de Março – A PACIÊNCIA COMO FORMA DE NOS CONDUZIR 

A paciência é sabedoria, é um estar consciente do universo e da condição humana. É a força para aceitar, tolerar, enfrentar, transformar, gerir e libertar. A paciência também é a moralidade, a coragem, e a compaixão, incorporando a natureza da mente Bodhi. A paciência é a força suprema. 

No Budismo, o mundo que habitamos é referido como o mundo saha, que significa o mundo da resistência. Nem tudo na vida corre da maneira que nós desejamos. Quem é que não tem de exercer a sua paciência de vez em quando? Não só precisamos de tolerar o sofrimento e as adversidades, a pobreza e a fome, o tempo frio e quente, como também, as irritações e os queixumes; para além disso, há que saber não ser movido pela opulência, pelo prazer, pelo lucro e pela fama. A paciência é algo que necessita verdadeiramente de ser praticada por todos. 

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1 de Março – À PROCURA DA PRIMAVERA 

O dia inteiro à procura da Primavera mas não a encontrando em lado nenhum; 
Sandálias de palha desgastas em picos cobertos por nuvens. 
Regressar para cheirar casualmente as pétalas da ameixa; 
A Primavera já está totalmente presente nas pontas dos ramos. 

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28 de Fevereiro – A TOLERÂNCIA É A MAIOR DO MUNDO 

A tolerância é o maior poder do mundo, 

A tolerância é o caminho para a felicidade, 

A tolerância é romper com a solidão, 

É algo em que os sábios se podem deleitar. 

A tolerância pode manifestar-se como seres sencientes, 

A tolerância pode agir como se fosse a nossa família e amigos, 

A tolerância pode aprimorar o nosso nome e reputação, 

A tolerância é amada pela humanidade, 

A tolerância faz de um uma pessoa rica e despreocupada, 

A tolerância faz com que um seja recto, 

A tolerância faz com que um seja poderoso, 

A tolerância ilumina a humanidade. 

A tolerância traz consigo todos os tipos de felicidade, 

A tolerância faz com que um seja um ser habilidoso. 

A tolerância é a força que subjuga o ressentimento, 

A tolerância permite-nos eliminar as preocupações 

e os problemas. 

Com a tolerância, obtemos uma boa aparência, 

Com a tolerância, obtemos uma boa família 

Com a tolerância, obtemos retribuições benéficas, 

Com a tolerância, renasceremos em 

mundos que são puros, 

A tolerância traz consigo o otimismo, 

A tolerância traz consigo a beleza, 

A tolerância cessa todo o sofrimento, 

A tolerância traz consigo a longevidade. 

Com a tolerância, consegue-se cessar todos os ressentimentos, 

Com a tolerância, não magoaremos os seres sencientes, 

Com a tolerância, consegue-se escapar aos roubos. 

Com a tolerância, consegue-se prescindir de desejos sexuais. 

Com a tolerância, consegue-se acabar com a mentira, 

a difamação, a adulação, e o insulto. 

Com a tolerância, podemos ser livres da ganância e da raiva. 

Com a tolerância, podemos ser livres das perspetivas erradas. 

A força da tolerância complementa 

as perfeições da generosidade, da moralidade, do zelo, da meditação, e da sabedoria prajna, 

assim completando as Seis Perfeições. 

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27 de Fevereiro – TEMPO, CAUSA E EFEITO 

A moralidade, a aprendizagem e a cultivação de uma pessoa podem ser reconhecidas pela quantidade de ofensas que ela consegue tolerar, e quanta paciência ela possui. Se nem agora conseguimos tolerar os agravamentos e as injustiças, como vamos ser capazes de fazer no futuro um compromisso em prol do interesse geral? 

Só quando se aprende a aceitar a injustiça é que se aprende a lidar com as adversidades e os assuntos complicados. Quando formos capazes de tolerar a humilhação, a ofensa, a difamação, e as críticas, enquanto mantemos a nossa compostura, sem que nos defendamos de qualquer forma, o tempo irá trazer a justiça naturalmente. 

Se desejas ser bem-sucedido e afortunado, percebe que quanto mais injustiças, mágoas, e difamações enfrentares, maior será o crescimento das tuas forças e bênções. Eventualmente serás uma pessoa bem realizada. 

Enquanto que os outros me tratam com injustiça, com falsidade, ou com humilhação, esteja-se descansado que a causa e o efeito, os budas, e os bodhisattvas não farão o mesmo comigo. 

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26 de Fevereiro – NÃO TE PREOCUPES 

Não te preocupes, não te preocupes, 

Mentes preocupadas envelhecem mais depressa. 

Como pode ser tudo perfeito neste mundo? 

Infelizmente, os insensatos nunca param de se preocupar. 

Seja o rico ou o aristocrata, 

Cada ano muitos são enterrados por baixo da erva brava. 

Esquecendo-se de aproveitar a felicidade; 

Porque é que só procuramos os problemas? 

Não te preocupes, não te preocupes, 

Nem a lua pode vir sempre cheia. 

Para agradar os pais ao viver sob o mesmo telhado, 

A família inteira, nova ou velha, todos estão bem. 

Tendo a roupa esfarrapada e o suficiente para comer, 

Onde podemos encontrar tamanha felicidade? 

Riquezas e honra, glória e esplendor, 

Estas são nada mais que preocupações. 

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25 de Fevereiro – POEMA SOBRE OS SETENTA 

Desde tempos imemoriais que é raro que um homem viva 

até aos setenta, 

Elimine-se os anos da infância e da velhice e 

não há muito mais que reste, 

Salvo o gelo e as preocupações. 

Depois do meio de Outono, falta brilho à lua. 

Depois de varrer as sepulturas, as flores perdem a sua beleza 

Rodeado de flores, sob a lua, canto uma canção; 

Apressa-te a encher o copo de vinho vazio. 

Há tanto dinheiro neste mundo que 

nunca o poderás ganhar todo; 

Há tantos lugares naquela corte que 

não os poderás ocupar todos. 

Uma alta posição e o dinheiro abundante criam preocupações, 

tornando prematuramente o teu cabelo branco. 

Primavera, Verão, Outono, Inverno; 

num só estalar de dedos, 

O sino despede-se do entardecer; o galo anuncia 

a chegada da madrugada. 

Cavalheiros, vejam estas pessoas que chegaram antes de vós: 

Voltamos uma vez por ano para os encontrar enterrados debaixo as ervas. 

Quantas sepulturas haverá entre as ervas, altas e baixas? 

Cada ano, metade das sepulturas não têm ninguém que as varra. 

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun.

24 de Fevereiro – TOLERA O QUE É DIFÍCIL DE SUPERAR 

A paciência é uma virtude conhecida na cultura Chinesa; 
A paciência também é encarada no Budismo 
como a maior das cultivações. 
Transgressões infindáveis provêm do ódio. 
Méritos incalculáveis provêm da paciência. 

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23 de Fevereiro – PENSAMENTOS NO MEU QUINQUAGÉSIMO ANIVERSÁRIO

Eu não nasci no momento certo, e tenho

cem preocupações;

Esta tristeza e frustração encaminharam-me para muitos erros.

Deixei a minha casa há muito tempo, e cortei laços com a minha família,

O que custa a esquecer? A gentileza não retribuída.

Todos os aniversários recordam-me da minha mãe,

A minha avó materna possuía uma rara virtude.

Tendo abandonado a minha casa e entrado no Sangha,

as minhas conexões kármicas alargaram-se;

Professores, amigos e seguidores são

tão densos como o bambu.

Testemunhando o declínio do Budismo que

eu tentei salvar,

Desejando a reforma da ordem monástica, eu ponderei,

qual a melhor forma de proceder.

Hoje a nação está devastada.

As pessoas são violadas e insultadas; sangue e lágrimas escorrem.

O mundo é oprimido pelas chamas do mal,

Padece de desastres, uns a seguir a outros.

Propagando o Dharma, caminhei a nação inteira,

Viajando e ensinando à volta do mundo;

A nação e o mundo estão numa situação terrível.

Liderei os Budistas para percorrer o país do Buda.

Todos os filhos do Buda têm uma mente poderosa

e são corajosos,

Olhando suspeitamente para as riquezas como se fossem nuvens flutuantes.

Honesto e refinado, Upasaka Tan

Que reúne as culturas da Índia e da China,

Deseja-me a vida longa, neste meu aniversário.

A minha vida é como uma bolha no mar;

Desejo que uma bolha consiga aliviar uma miríade de sofrimento,

Que os desejos do povo e

da nação se concretizem.

Que os povos do mundo parem de lutar

e matar,

Que olhem para o outro com compaixão

e que renunciem as suas armas;

Que esta bolha arrebente no mar calmo,

universalmente alegre e seguro,

A luz do Buda que brilha por todo o universo.

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun.