Nos dias 10 e 11 de maio de 2025, o Jardim da Alameda D. Afonso Henriques, junto à Fonte Luminosa em Lisboa, transforma-se num espaço de celebração, reflexão e cultura.
Viva uma experiência de paz e alegria com o tradicional banho na imagem do Buda menino, espetáculos, atividades culturais, meditação e comida vegetariana.
Leitura da prece do Venerável Mestre Hsing Yün, Primeiro Patriarca e Fundador da Ordem Fo Guang Shan
Ó grande e compassivo Buda! No dia 28 de março de 2025, um forte terramoto assolou Myanmar, Tailândia e outros países do sul da Ásia! Ouviste o apelo dos que sofrem? Presenciaste o sofrimento pela separação de entes queridos?
Buda! Ó Buda! Essa tragédia ecoa os gritos da humanidade envolta em trevas! Essa tragédia é o troar do desespero dos que vivenciam no mundo Saha!
Ó grande e compassivo Buda! Lá, as montanhas fenderam-se, o solo partiu-se e muitas das construções ruíram; Lá, as casas ruíram e muitos morreram. Que visão assustadora! Cheios de pavor, muitos, são os que se encontram em áreas devastadas. Tantos outros ainda estão presos em locais de alto risco sem vislumbrar uma saída.
Em um só dia, muitos, foram tragicamente separados dos seus entes queridos. Em fração de segundos, a destruição levou os seus lares e todos os seus bens.
Quanta ajuda e socorro todos eles esperam! E como necessitam da tua benção e da tua proteção! Alguns foram soterrados enquanto outros ficaram gravemente feridos.
Ó grande e compassivo Buda! Pedimos a tua proteção para que as vítimas ainda em vida se libertem do sofrimento e recuperem a saúde; e aos que se foram, para que renasçam na Terra Pura e se elevem pelos nove níveis de lótus da Terra de Amitabha.
Ó grande e compassivo Buda! Faz com que possam compreender, que prédios são sujeitos ao ciclo da formação, da duração, da deterioração e da extinção, e que somente a natureza búdica é o porto seguro.
Faz com que possam entender que por mais ligados que estejamos aos entes queridos, a morte e a separação são inevitáveis, e que só o “despertar” pode ser a verdadeira guarida.
Ó grande e compassivo Buda! Pedimos a tua proteção aos sobreviventes. Dá-lhes coragem para seguir adiante, pois estar vivo é esperança; Dá-lhes coragem para continuar seguindo avante, pois vida é ter força.
Ó grande e compassivo Buda! Dá-lhes bênçãos, para curá-los das feridas físicas e do sofrimento emocional; Dá-lhes capacidade de concentração, para transformar as emoções da dor e da tristeza em alegria.
Faz com que possam entender que animando-se e reerguendo o próprio lar é que confortariam os que partiram e assim alcançarão a própria realização.
Ousamos pedir ainda, que estes desastres não se estendam mais, que tragédias como esta não se repitam jamais e que a tua proteção recaia sobre toda a população, deixa todos saberem que é essencial fazer um bom trabalho de prevenção no dia a dia.
Faz com que todos compreendam que é necessário ajudarem-se mutuamente, vivendo na paz e atentos aos perigos.
Ó grande e compassivo Buda, Por favor, aceita esta nossa mais sincera prece! Por favor, aceita esta nossa mais sincera prece!
No Budismo Mahayana chinês, o Dia da Iluminação do Buda (成道日, chéng dào rì) ou Dia do Darma (法寶節, fǎ bǎo jié) é celebrado no oitavo dia do décimo segundo mês do calendário lunar, em homenagem ao momento em que Siddhārtha, sentado sob a árvore Bodhi, atinge a iluminação, tornando-se o Buda Śākyamuni.
Após seis anos de ascetismo, Siddhārtha percebeu que a prática austera não era o caminho correto. Então, levantou-se e dirigiu-se à margem do Rio Nirāñjana, mas desmaiou, pois estava muito fraco e abatido. Uma camponesa, de nome Sujātā, avistou-o e ofereceu-lhe leite. Depois de o beber, Siddhārtha recuperou gradualmente as suas forças e, na busca pelo Caminho do Meio, sentou-se sob a árvore Bodhi. Antes do amanhecer, a sua busca terminaria, alcançando a iluminação.
Esse dia é conhecido também como là bā jié (臘八節), ou o oitavo dia de dezembro no calendário lunar, quando os budistas chineses preparam papas de arroz para oferecer ao Buda, repetindo o gesto de generosidade da camponesa. Esta papa é preparada com oito ingredientes e é uma forma de expressar a nossa gratidão pelos ensinamentos do Buda.
A prática de preparar e distribuir as papas simboliza o espírito de compaixão, generosidade e gratidão. É uma forma de lembrar a importância de nutrir tanto o corpo quanto a mente no caminho da prática espiritual. Oferecemos esta papa de arroz com o desejo de que todos recebam as bênçãos do Buda e que todos possam viver em harmonia, paz e felicidade.
A BLIA Lisboa convida todos os interessados a participar no Curso Online de Introdução ao Budismo. Uma oportunidade única para explorar os ensinamentos do Buda e aprender como aplicá-los na vida quotidiana.
Detalhes do Curso
Datas: De 22 de janeiro a 18 de junho
Horário: Quartas-feiras, às 21h30
Formato: Online
Temáticas Abordadas
O curso está organizado em cinco módulos, cada um focado numa temática essencial do Budismo:
O que é o Budismo (4 sessões)
Como estudar o Budismo (3 sessões)
As Quatro Nobres Verdades (3 sessões)
O Nobre Caminho Óctuplo (2 sessões)
Causa e Efeito (5 sessões)
Para quem é este curso?
Este curso é ideal para quem deseja conhecer os fundamentos do Budismo, iniciantes na prática ou mesmo para aqueles que já têm algum conhecimento e querem aprofundá-lo de forma estruturada e acessível.
Durante a leitura do inspirador livro “365 dias para o viajante” do Venerável Mestre Hsing Yun, deparei-me com diversos excertos que enfatizam a importância da gratidão. A gratidão, na sua essência mais profunda, representa o reconhecimento sincero das coisas boas presentes na vida, ecoando a sabedoria de um provérbio português que proclama “A gratidão é a memória do coração”. Este ditado ressoou profundamente em mim, instigando a lembrar não apenas as grandes bênçãos, mas também os pequenos gestos frequentemente negligenciados.
Esta compreensão não é apenas uma reflexão passageira, mas um pilar essencial na construção do meu entendimento sobre a vida. Aprofundando esta reflexão, notei que muitas vezes consideramos como certas as coisas mais evidentes da vida, muitas vezes sem sequer contemplar a sua origem. Esta consciência levou-me a reconhecer a importância de práticas diárias que cultivam a gratidão, onde as coisas mais aparentemente simples ganham um novo significado quando observadas com uma perspetiva de gratidão. Ao adentrar neste nível mais profundo de compreensão, percebi que a gratidão não é apenas uma resposta ocasional a eventos positivos, mas sim uma postura de vida que se manifesta nas ações diárias. Cultivada através de práticas regulares, tornou-se um lembrete constante das inúmeras bênçãos que permeiam a minha jornada.
Cada palavra dos excertos do livro ecoou como um convite à minha profunda introspeção, levando-me a explorar as inúmeras razões pelas quais sou grata na vida. Desta forma, expressar gratidão tornou-se uma extensão profunda aos pilares fundamentais da minha vida:
Família: Expresso profunda gratidão pelos meus pais. A minha gratidão ainda abraça ainda os meus avós e outros familiares. Cada memória partilhada, cada riso partilhado são testemunhos da beleza intrínseca das conexões familiares. Cada um deles contribuiu com apoio emocional, amor incondicional e valiosas lições que moldaram quem sou hoje. São estes laços familiares que enriquecem a minha vida e que me proporcionam um sentido de pertença e de segurança.
Além disso, expresso uma profunda gratidão pelo meu irmão mais novo, que representa um dos maiores presentes que a vida me ofereceu. A sua presença trouxe alegria, companheirismo e uma conexão única que transcende as palavras. Juntos, partilhamos memórias preciosas e enfrentamos desafios, fortalecendo os nossos laços familiares e enriquecendo as nossas vidas de maneiras inimagináveis.
Para completar este círculo de afetos, expresso a minha gratidão pelo meu parceiro de vida, aquele que caminha ao meu lado nos altos e baixos da jornada, aceitando-me integralmente com todas as minhas imperfeições. Agradeço pela sua presença constante, pelo seu apoio incondicional e pelo amor que nutre por mim, mesmo nos momentos mais difíceis. Ele é o meu porto seguro, a minha âncora durante as tempestades, e por isso sou infinitamente grata. O seu carinho, compreensão e capacidade de me ouvir são tesouros inestimáveis que valorizo todos os dias.
Assim, é através destas relações profundas e significativas que a gratidão se manifesta como uma força transformadora na minha vida, tornando-me consciente da riqueza que é ter uma família que não só me apoia, mas que também enriquece a minha jornada com amor, compreensão e inúmeras bênçãos diárias.
Saúde e vida: A minha gratidão pela saúde e pela vida é um tributo às batalhas enfrentadas durante períodos de doença, uma jornada que me conferiu uma profunda apreciação pela vitalidade que agora desfruto. Nestes momentos de vulnerabilidade, cada respiração tornou-se um presente precioso, cada amanhecer uma dádiva renovada. A experiência da doença não apenas reforçou a minha resiliência, mas também amplificou a gratidão pela normalidade do quotidiano. Aquilo que antes podia parecer certo e garantido ganhou uma nova dimensão de valor. Cada passo firme, cada dia sem sintomas debilitantes tornou-se motivo para celebrar a resiliência do corpo e a fragilidade da existência. Foi ao ultrapassar esses momentos desafiadores que comecei a reconhecer plenamente o valor das coisas simples que costumamos dar por garantidas. O simples ato de acordar de manhã, a sensação de energia ao realizar tarefas diárias e a liberdade de explorar o mundo ao meu redor tornaram-se bênçãos que abraço com gratidão renovada. Esta reflexão profunda destaca a importância de apreciar o que temos, especialmente ao superar adversidades. A gratidão, nascida da superação pessoal, tornou-se uma poderosa ferramenta para nutrir a apreciação pela vida. Cada batida do coração é agora um lembrete constante da resiliência do corpo, da fragilidade da existência e da dádiva extraordinária de viver uma vida normal.
Alimentação e alojamento: A entrega de alimentos aos sem-abrigo revelou-se uma experiência transformadora, desencadeando uma profunda reflexão sobre a comida diária que muitas vezes dou por garantida. Neste momento de reflexão, expresso agradecimento não apenas aos incansáveis agricultores, cujo trabalho árduo viabiliza o acesso a alimentos essenciais, mas também aos meus pais. A presença diária de uma refeição na mesa, um gesto que pode parecer rotineiro, transformou-se em uma dádiva diária pela qual sou profundamente grata. Cada momento à mesa com eles tornou-se mais do que uma simples refeição; é um testemunho vivo de laços familiares fortalecidos por atos simples de amor e sustento. Esses gestos diários, que antes passavam despercebidos, tornaram-se agora expressões tangíveis de apreço pela vida quotidiana. Ter gratidão por um teto sobre mim é mais do que reconhecer a mera presença física; é apreciar a segurança e o abrigo que essa estrutura proporciona em todos os momentos. Estar grata por ter uma cama onde dormir todas as noites transcende o simples conforto físico; é reconhecer o refúgio acolhedor que esse espaço oferece, permitindo-me recarregar energias para enfrentar cada novo dia com renovada vitalidade. Desta forma, ao imergir nesta prática contínua de gratidão, cada refeição torna-se uma celebração, cada teto uma dádiva de segurança, e cada noite na cama é um presente que nutre não apenas o corpo, mas também a alma.
Educação: Durante o voluntariado em Kocaeli, Turquia, mergulhei numa experiência única dedicando tempo à educação de crianças órfãs deficientes. Este serviço não apenas despertou uma gratidão mais profunda pela vida que levo, mas também uma apreciação renovada pelos meus pais. Agradeço-lhes não apenas pelas palavras de conforto, mas pela dedicação incansável e pela educação valiosa que proporcionaram, abrindo portas para a minha formação académica. Cada interação com essas crianças tornou-se um testemunho vivo da importância do apoio familiar e da educação na construção de um futuro sustentável.
Recursos essenciais da natureza: Expresso gratidão pela presença de água potável, pela existência de oxigénio e pela luz solar. Celebro esta interconexão vital com o ambiente que nos sustenta. A consciência e apreciação desses elementos fundamentais tornam-se um ritual diário, lembrando-me constantemente da maravilha da existência e do papel essencial que desempenham na minha vida quotidiana.
Recursos materiais: Estou grata pelos recursos materiais que é mais do que valorizar comodidades; é reconhecer as ferramentas que tornam o meu quotidiano mais confortável. Cada objeto que facilita a rotina diária torna-se uma expressão tangível de gratidão pela praticidade e pelo conforto proporcionados. Agradeço não apenas pelos bens materiais tangíveis, mas também pela estabilidade e segurança que proporcionam, criando um ambiente propício para o florescimento pessoal e a construção de experiências significativas. Trabalhando fora de Portugal, agradeço imensamente pela existência dos aviões, que me permitem viajar e estar junto da minha família em períodos curtos de tempo. A capacidade de voar tornou-se uma bênção, permitindo-me manter os laços familiares e desfrutar da presença dos meus entes queridos, mesmo estando longe. Além disso, reconheço o papel fundamental do telemóvel na minha vida, especialmente quando se trata de manter contato com os meus familiares, como as minhas avós na China. Mesmo estando distante delas, o telemóvel facilita as videochamadas que faço todas as semanas, proporcionando-me momentos preciosos de conexão e partilha de afeto.
Desta forma, ao integrar essa compreensão mais profunda da gratidão, percebo que não é apenas um estado de espírito, mas uma prática contínua. Cada experiência, cada desafio e até mesmo cada pausa para contemplar o pôr do sol são oportunidades para reconhecer e valorizar as inúmeras dádivas que a vida oferece. Assim, esta jornada pela gratidão não é apenas uma viagem de palavras impressas, mas uma transformação contínua na maneira como percebo e vivo a minha própria existência.
No dia 1 de junho, a BLIA Lisboa (Associação Internacional Buddha’s Light Lisboa) e o Templo Fo Guang Shan realizou a cerimónia de entrega dos Prémios do Concurso de Escrita sobre o livro “365 dias para o viajante”, do Venerável Mestre Hsing Yun. O evento celebrou a criatividade e a reflexão dos participantes, que foram convidados a explorar e expressar as suas interpretações e experiências inspiradas pelas palavras do Venerável Mestre Hsing Yun. Reunindo entusiastas da literatura e admiradores do budismo humanista, a cerimónia destacou o impacto profundo que o livro teve nos seus leitores, promovendo a cultura e os valores da paz, da sabedoria e da compaixão. A ocasião foi marcada por discursos inspiradores, leitura de trechos selecionados e a entrega dos prémios aos vencedores, criando um ambiente de celebração e de aprendizagem coletiva.
A organização do Concurso de Escrita sobre o livro “365 dias para o viajante”, do Venerável Mestre Hsing Yun, torna pública a deliberação de prorrogação do prazo para a entrega dos textos a concurso até ao dia 16 de maio de 2024, em razão do não preenchimento do número mínimo de participantes a concurso, conforme estipulado no Ponto 4.4. do regulamento do Concurso.
Estão dispensados de formalizar nova entrega dos textos os participantes que já o tenham feito por ocasião do anúncio do Concurso publicado em maio de 2023, e no prazo inicialmente estabelecido para o efeito (31 de março de 2024).
Os critérios, condições, prémios e gratificações de participação no Concurso mantêm-se inalterados e de acordo com o estabelecido no regulamento do Concurso, o qual pode ser consultado em: http://www.ibps.pt/2023/concurso-365-dias-para-o-viajante/.
A Cerimónia de Entrega dos Prémios será adiada para o 1 de junho de 2024, a qual terá lugar na Rua da Centieira n.º 35, em Lisboa.
Mais se comunica que, caso até à nova data designada para a entrega dos textos (16 de maio de 2024) continue a não se verificar o número mínimo de participantes a concurso, conforme estipulado no Ponto 4.4. do regulamento do Concurso, num mínimo de 100 participantes, a organização do Concurso, nos termos e para efeitos do disposto no Ponto 4.6 do regulamento, poderá, livremente, proceder à alteração dos prémios a atribuir.
Respeito Mancheng , meu irmão do Dharma, pela sua resistência, sua não-contenção, pelo seu discurso de coração grande e a sua mente aberta e, assim, mantive em mente, firmemente, a sua frase: “Perfeitamente disposto”.
O Mestre Zhikai tinha dois discípulos, Mancheng e eu. Antes de estudar com o Mestre Zhikai, Mancheng tinha seguido um mestrado diferente. Isto fez com que frequentemente comentasse que ele era apenas meio discípulo do Mestre Zhikai. Mancheng tinha passado, na sua juventude, por momentos mais difíceis do que eu. Honesto e não muito inteligente, foi frequentemente intimidado e injustiçado. Como uma nora na China antiga, ele tinha que fazer trabalho extra e assumia sempre culpa extra. Por vezes, vendo que ele tinha levado muitas repreensões, eu ia ter com ele e tentava consolá-lo. Ainda assim, ele sempre dizia calmamente: “Tudo bem. Estou perfeitamente disposto a fazer o que faço.”