19 de Abril – FILHOS ACONSELHADORES – UMA CARTA 

Para agir como um homem superior, cultiva-te com serenidade e nutre a tua virtude ao praticar a frugalidade. Sem o desapego, os teus princípios não podem ser claros, e sem a serenidade, a tua perspetiva não pode ir longe. Antes de aprender, primeiro há que ganhar serenidade; sem a aprendizagem, não podemos aprimorar as nossas habilidades. Sem a serenidade, a aprendizagem é impossível. A ociosidade e a arrogância não conseguem refinar o nosso carácter, e a impaciência não pode trazer a racionalidade. À medida que os anos passam rapidamente, a tua determinação diminui com a idade, torna-se seca e murcha. De que adianta suspirar com arrependimento e desejar que o tempo volte atrás? 

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18 de Abril – OS DEZ DESCONTENTAMENTOS 

Ao trabalhar afincadamente todo o dia só para encher o estômago, 

Apesar de conseguir comida, já se está a pensar na roupa. 

Ao vestir as sedas que comprámos, 

Olhamos para cima e sentimo-nos descontentes com um teto raso. 

Ao construir edifícios altos e grandes mansões, 

Falta ao nosso lado uma bela mulher para partilhar a cama. 

Ao casar com uma mulher amada e belas concubinas, 

Preocupamo-nos com falta de um cavalo à nossa porta para viajar. 

Ao comprar um bom cavalo com dinheiro, 

Falta-nos um séquito à sua volta. 

Ao empregar uma dúzia de acompanhantes, 

Somos oprimidos por ser um homem rico sem poder. 

Ao ser selecionado como um magistrado do condado 

Achamos que esse estatuto é demasiado baixo na hierarquia e na autoridade. 

Ao ascender à posição de ministro,

Começamos a pensar todos os dias em ascender ao trono.

Ao ascender ao Trono que está voltado para o Sul,

Começamos a querer jogar xadrez com os imortais.

Ao ter Lu Dongbin no jogo de xadrez,

Começamos a perguntar onde fica a escadaria para o céu.

Antes que a escadaria esteja construída,

O Rei Yama já enviou os fantasmas para que nos retirem a vida.

Se não fosse a hora da nossa morte,

Ainda nos queixaríamos da falta de altura da escadaria! 

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17 de Abril – OS CINCO PRECEITOS

Não matar significa respeitar a vida dos outros como também proteger toda a vida.

Não roubar significa respeitar a propriedade dos outros como também ser alguém generoso e prestável.

Abster das más práticas sexuais significa respeitar o corpo dos outros e a sua integridade.

Não mentir significa respeitar a reputação dos outros, confortando e encorajando-os.

Não ingerir substâncias tóxicas significa respeitar o nosso próprio intelecto e ensina-nos a ser sábios e a ajudar os outros a manter um raciocínio coerente.

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16 de Abril – ESCUTAR A CHUVA 

Na minha juventude, 

Eu escutava a chuva do interior de um bordel; 

À luz fraca da vela vermelha, a cama ocultava-a. 

No meu tempo de auge, 

Eu escutava a chuva num barco de passageiros; 

O rio era amplo e as nuvens baixas, 

Os gansos selvagens que estão perdidos grasnam no vento de Oeste. 

Agora, 

Eu escuto a chuva do interior de um mosteiro; 

Os cabelos das minhas têmporas já estão cobertos de branco! 

Os momentos de tristeza, alegria, separação, 

e união na vida, são sempre cruéis; 

Por isso, permite apenas que as gotas da chuva batam nos degraus, 

até que rompa a madrugada. 

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15 de Abril – EU SOU O BUDA 

Ter sempre em mente a ideia de que, “Eu sou o Buda”, pode ser algo bastante útil nas relações interpessoais. 

Quando eu estou a comunicar com os outros, recordo-me de que é o Buda quem está a falar os demais, por isso utilizo palavras sábias, compassivas e carinhosas de uma forma engenhosa. 

Quando me é pedido para fazer uma palestra pública, recordo-me de que é o Buda quem se está a dirigir aos outros, por isso utilizo essa oportunidade para ensinar as pessoas de acordo com o seu nível de compreensão, sem que tenha medo. 

Quando eu estou a ensinar os meus discípulos teimosos, recordo-me de que é o Buda quem os guia, por isso aconselho-os com paciência e bondade. 

Quando eu estou a interagir com aqueles que são tímidos e fracos, recordo-me de que é o Buda quem está diante eles, por isso sou amável e tento dar-lhes confiança e esperança. 

Apesar de sermos apenas seres comuns que estão ainda longe de alcançar a Iluminação, quando todos os nossos pensamentos se fazem acompanhar do Buda, é como se fossemos abençoados por ele, ganhando a sua força. Tal como diz o Sutra do Lótus, “Uma recitação do nome do Buda permite que todos alcancem o seu caminho.” 

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14 de Abril – PINHA VERDE E FLORES 

O bem é como a pinha, e o mal como a flor, 

À partida o último poderá parecer algo menor; 

Até ao dia em que os dois são ceifados pelo gelo, 

Tudo o que resta é a pinha, não a flor. 

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13 de Abril – GRANDE COMPAIXÃO

O Sutra da Contemplação do Buda da Vida Infinita diz, “[que] a Grande compaixão é o coração dos Budas. A compaixão incondicional é direcionada para ajudar os seres sencientes.” O bodhisattva preocupa-se com todos os seres sencientes sem fazer nenhuma distinção, quer sejam parte da sua família ou não. 

Por esta razão, devemos aprender com todos os budas e bodhisattvas a expandir e a libertar o nosso amor das conceções cerradas que temos em relação ao amor próprio e ao amor exclusivo pela nossa família, ampliando-o para a nossa sociedade, o nosso país, e por fim, para o mundo. Por meio da compaixão, devemos expandir o espectro do amor, purificando-o com a sabedoria, ao mesmo tempo que respeitamos tudo o que amamos e fazendo sacrifícios para concretizar esse amor. Se for possível concretizar este amor e proximidade entre todas as pessoas, que dimensão espantosa teriam este mundo e universo! 

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12 de Abril – TOLERÂNCIA 

Cada contratempo que é experienciado significa 

um aprimoramento do nosso conhecimento. 

Cada adversidade que é tolerada significa 

a emergência de uma maior magnanimidade. 

Cada momento de calculação que é prevenido significa 

um crescimento da nossa moralidade. 

Cada compromisso que é realizado significa 

uma vantagem adquirida. 

Cada momento de indulgência que é despendido significa 

um pouco de bênção consumada. 

Cada ato de consideração significa 

um progresso no nosso raciocínio. 

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11 de Abril – ATRAVESSAR O MAR LINGDING

Recordo-me das adversidades e dos tempos difíceis

da minha juventude;

Os conflitos, apesar de dispersos,

duram já por quatro ciclos astrológicos.

As montanhas e os rios estão partidos em pedaços

e são assoprados pelo vento;

O corpo é levado como a chuva leva as lentilhas-d’água.

As costas de Huangkong apontam ao medo,

O Mar Lingding suspira com solidão.

Desde o inicio, quem ainda não faleceu?

Permitam-me deixar um coração leal para que brilhe para a história.

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10 de Abril – DOUTRINA DO MEIO 

Quando vamos caminhar uma distância, 

primeiro há que atravessar o espaço que está próximo. 

Quando ascendemos em altura, 

primeiro há que começar do nível mais baixo. 

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