Indo e vindo entre Tusita e o Saha
Ele está sentado no trono imóvel de Vajra;
Lápis lazuli à esquerda e a Derradeira Felicidade à direita,
Juntas, estas coisas veneram o Grande Rei do Dharma.
Buddha Light International Association
Indo e vindo entre Tusita e o Saha
Ele está sentado no trono imóvel de Vajra;
Lápis lazuli à esquerda e a Derradeira Felicidade à direita,
Juntas, estas coisas veneram o Grande Rei do Dharma.
O Budismo teve a sua origem na Índia Antiga. Após ser introduzido na China, essa religião atravessou um extenso período de integração e de desenvolvimento em conjunção com o Confucionismo e o Taoismo, até que finalmente se tornou num Budismo com características chinesas, deixando assim um impacto profundo na crença religiosa, na filosofia, na literatura, na arte, na etiqueta e nos costumes do povo chinês. Xuanzang, o monge Tang que tolerou sofrimentos indescritíveis com a sua viagem de peregrinação para o Oeste, em busca de escrituras Budistas, expressou perfeitamente a fortaleza e a determinação do povo chinês para aprender com as outras culturas. Estou seguro que já ouviram falar dos clássicos chineses como “Viagem para o Ocidente”, que foi escrito com base nestas histórias. O povo chinês enriqueceu o Budismo à luz da cultura chinesa e desenvolveu pensamentos Budistas muito importantes. Para além disso, ajudou a espalhar o Budismo residente na China até ao Japão, à Coreia, ao Sudeste Asiático, e por aí em diante.
Existem três tópicos fundamentais que abordam o intercâmbio cultural e a aprendizagem mútua. O primeiro dita que as origens da guerra nascem das ideologias humanas, por isso é imperativo desenvolver ideias de proteção e de paz. O segundo dita que, à medida que as civilizações florescem e se enriquecem, é essencial que haja um intercâmbio e uma aprendizagem mútua para o desenvolvimento da humanidade e do desenvolvimento pacífico do mundo. O terceiro explica que a cultura se deve tornar na própria motivação para o aperfeiçoamento humano de forma a promover uma transformação criativa e um desenvolvimento inovador na cultura chinesa.
Em 1987, vinte peças exuberantes de esmalte colorido foram escavadas de uma câmara subterrânea no Templo Famen, na província Shaanxi da China. Estas relíquias Islâmicas e do Leste Romano chegaram à China durante a Dinastia Tang. Ao maravilhar-me com estas relíquias exóticas, pensei muito e conclui que à medida que nos aproximamos das diferentes civilizações do mundo não nos devemos limitar a admirar o requinte destes objetos. Ao invés disso, devemos tentar aprender e valorizar o significado cultural que eles comportam. Em vez de nos satisfazer com uma representação artística da vida passada das pessoas, devemos esmerar-nos por dar uma nova vida ao espírito intrínseco que estes objetos possuem.
O sonho Chinês será alcançado através de um desenvolvimento ponderado e de um reforço mútuo que incide sobre o progresso cultural e material. Conforme a China continua a progredir económica e socialmente, a civilização chinesa mantém o seu ritmo com a passagem do tempo e vai adquirindo uma maior vitalidade.
Desde os tempos imemoriais que todo o aprendiz teve de ter um professor que lhe transmitisse os ensinamentos, lhe desse orientações, e que respondesse as suas dúvidas. Ninguém nasce com o conhecimento, por isso quem poderá dizer que não tem dúvidas? Ninguém encontrará respostas sem procurar um professor e se só estiver cheio de dúvidas. O que eu procuro são os ensinamentos; porque tenho que saber se o professor nasceu antes ou depois de mim? É por isso que não existe tal coisa como a nobreza, a inferioridade, a senioridade, e o noviciado. O local onde estão os ensinamentos é o local onde estará o professor.
Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun
Pode-se dizer que aqueles que se sentem sempre em paz e tranquilidade têm um jardim que está em constante floração no seu coração durante o ano inteiro. Eles não procuram pela beleza ou pela Primavera.
Ao parar para refletir, contemplamos o verdadeiro valor das coisas e não somos confundidos pelas aparências. Como consequência, não nos aprisionamos num estilo de vida tóxico.
Esta atitude reflexiva é fomentada à medida que nos tornamos mais calmos, conscientes e atenciosos. Desta forma, podemos ter momentos de iluminação mesmo que estejamos no meio de um mar de pessoas.
O preciso momento em que atingimos a iluminação pode ser comparado a um rododendro que floresce repentinamente, a um ácer que brota, ou ao ato de plantar sementes de dormideira por toda a colina.
— retirado de Comentários de Hsing Yun Sobre os Versos
Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun
I
Em que andar vives tu? Na vida existem três andares: O primeiro andar é a vida material, o segundo é a vida mental, e o terceiro é a vida espiritual.
II
Não tenhas um coração caótico; não te aprisiones nas emoções. Não temas o futuro, e não habites no passado. Esta é a forma de viver em paz.
III
Com uma mente cerrada, todos os pequenos assuntos são grandes. Com uma mente aberta, todos os grandes assuntos são pequenos. Vê para além das vicissitudes da vida com um coração tranquilo e inalterado.
IV
Se conseguires amar, todas as coisas na vida tornam-se passíveis de ser amadas. Se odiares, todas as coisas na vida tornam-se odiáveis. Se fores grato, então tudo se torna digno de agradecimentos. Se maturares, então tudo no mundo também consegue maturar. Não é o mundo que te escolhe, és tu que escolhes este mundo. E por isso, como não há local onde nos esconder, nem local para onde escapar, é mais proveitoso ser alegre. Ao verificar que não existe terra pura, é mais proveitoso acalmar os nossos corações. Ao verificar que os nossos desejos não foram concretizados, é mais proveitoso sentir-nos aliviados.
— retirado de Obras Literárias de Feng Zika
Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun
Se não acumularmos atos de bondade, eles não serão suficientes para polir o nosso nome; se não acumularmos atos de maldade, eles não serão suficientes para destruir a nossa vida.
O homem superior aprende e acumula os frutos da sua aprendizagem; coloca questões, e sabe discriminar entre os vários resultados; habita por entre aquilo que conquistou de uma forma magnânima e modesta; e leva consigo as suas conquistas, praticando-as com benevolência.
As coisas com a mesma tonalidade ressoam melhor em conjunto; as coisas com a mesma força material buscam-se uma à outra. A água flui para o local onde está molhado; o fogo vai em direcção ao que está seco. As nuvens seguem o dragão; o vento segue o tigre… Eis que cada coisa segue aquilo que é da sua própria espécie.
— excerto retirado de O Livro das Mudanças
Oh grande, compassivo Buda!
Obrigado pela tua vinda neste mundo.
Tu disseste claramente:
Com o sofrimento do nascimento,
O sofrimento advindo da velha idade é inevitável;
Com o sofrimento da velha idade,
O sofrimento da doença é inevitável.
A velha idade e a doença são de facto dolorosos.
Oh grande, compassivo Buda!
Sabes quais são os desejos dos cidadãos senior?
O seu maior desejo é poder estar com as suas famílias;
A sua maior felicidade é poder levar uma vida pacífica durante a sua velha idade;
A sua maior felicidade é poder estar descontraído e permanecer tranquilo.
Por favor abençoa estes cidadãos senior:
Que a partir de agora, não tenham que sentir a tristeza de
Deambular de um local para outro;
Que a partir de agora, não tenham o infortúnio de
Ficar acamados com uma doença persistente;
Que a partir de agora não tenham de carregar o ressentimento dos filhos não devotos;
Que a partir de agora, não sintam a ansiedade ou o medo
da velhice, da doença, da morte, e do renascimento.
Que eles possam compreender:
Que o significado da vida não reside na longevidade do corpo físico.
Mas sim na intemporalidade das virtudes e da sabedoria;
Oh grande, compassivo Buda!
Mostra-nos, por favor, a tua preocupação cheia de graça pelos cidadãos sénior de todo o mundo.
Cada cidadão sénior deseja,
Ter paz e felicidade nos seus anos de crepúsculo
E ter uma vida recetiva e provida de significado.
— excerto retirado de Pérolas de Sabedoria:
Orações para uma Vivência Activa
Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun
As disciplinas do dia-a-dia não podem ser apenas temas de conversa, mas sim algo que tem ser testado e praticado, experienciado e executado, um passo de cada vez. A maneira como tratamos os outros, a maneira como executamos a nossa rotina diária, e a maneira como pensamos e exprimimos as nossas emoções, todas elas devem ser submetidas a um teste para que se possam consolidar. O Mestre Chan Dongshan Liangjie da Dinastia Tang uma vez disse, “As ações que imitam o significado da linguagem são infundadas; as linguagens que definem as ações também são infundadas.” O que isto quer dizer é que se as disciplinas do dia-a-dia forem cultivadas por meio de uma aprendizagem cognitiva, então será muito difícil colocá-las em prática. A partir da perspetiva da prática, podem existir teorias maravilhosas, mas não serão algo que se possa exprimir claramente com a linguagem.
Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun
Os assuntos mundanos são tão curtos como um sonho de Primavera;
O sentimento humano é tão rarefeito como as nuvens de Outono.
Não há necessidade de comparar as adversidades e permitir
que preocupem constantemente a mente;
Todas as coisas têm o seu destino.
Felizmente, eu tenho três copos de um bom vinho
E acabei de conhecer uma nova flor.
Alegres e sorrindo durante o tempo em que estamos juntos;
Se o dia de amanhã é radiante ou nublado, isso é incerto.
— retirado de Coleção Completa dos Poemas Song
Quando eu era uma criança, a minha avó dizia sempre isto durante as refeições, “Deus concedeu-nos esta refeição para que a nossa família pudesse comer. Recorda-te, não nos é permitido deixar um único grão de arroz nas taças. Se desperdiçarmos a comida, o Céu não nos dará refeições.”
Todos os anos o meu avô arava a terra, rangendo os seus dentes durante a chuva, e a minha avó cozinhava arduamente e preparava o chá. Eles percebiam que tinham de trabalhar até que o suor lhes pingasse da testa para que pudessem fazer a colheita do trigo dos campos; mas, no meio disto, porquê agradecer ao Céu?
Foi só há dois anos atrás, quando li a obra de Einstein, “O Mundo Como Eu o Vejo”, é que comecei a ganhar um novo entendimento. Apesar da teoria da relatividade ser algo de original e inovador na história, a sua obra não tem referências citadas; mas no seu fim, ele deixou um comentário repentino, “Obrigado aos meus colegas e ao meu amigo, Besso, pelas nossas conversas.” Depois perguntei-me, porque razão ele não reconheceu o seu valor por este feito tão maravilhoso.
Em anos recentes, cheguei a uma nova conclusão: que independentemente da nossa situação, nos já recebemos muito e contribuímos pouco para a vida dos outros. Porque contraímos uma dívida para com muitas pessoas é que devemos agradecer às nossas causas e condições. Qualquer que seja a situação, não necessitamos de uma herança ou das contribuições dos nossos antepassados, mas sim do apoio e da cooperação de todos, como também da chegada de novas oportunidades. Quanto mais tivermos feito, mais sentimos que as nossas contribuições foram insignificantes.
Como consequência, aqueles que começam empreendimentos pensam genuinamente no público, e os que falham são aqueles que despendem o seu tempo a pensar no seu proveito próprio.
— retirado de Ao Vento da Primavera