3 de Maio – CANTOS POÉTICOS 

Que guerreiros ardentes, 
e as suas poderosas ambições de governar o mundo; 
Cavalgando no horizonte, dirigindo-se em expedições, 
esquecendo-se do “eu” em função dos seus mandatos. 
Com poderosos arcos wuhao nas suas mãos, 
espalhando a luz reluzente das suas armaduras; 
Dispostos a dar as suas vidas em face dos perigos, 
os seus corpos morrem, as almas estilhaçam-se numa poeira voadora. 
Como podemos pensar na nossa própria segurança 
quando estamos sob ordens para lutar no campo? 
A lealdade é uma honra eterna, 
e a retidão dar-te-á um nome glorioso. 
Deixa o teu nome na história, 
para assegurar que a integridade perdura. 

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2 de Maio – VARRENDO SOB O PAGODE EM XIANGLIN 

Num mosteiro, limpar e varrer são as prioridades mais altas. Desde os aprendizes até aos monges mais velhos, nenhum está isento de levantar-se pela manhã e de trabalhar afincadamente. Há um pagode no Mosteiro Xianlin em que se varre e limpa, e depois limpa-se e varre-se uma vez mais. A sarira ilumina incandescentemente nas nossas mãos, não no pagode. 

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1 de Maio – PARÁBOLAS

Era uma vez um homem rico que sentia que a vida era desprovida de sentido e decidiu visitar um filósofo na esperança que este pudesse reduzir a ansiedade que sentia no seu coração. 

O filósofo levou o homem diante uma janela e perguntou, “O que vês?” 

“Eu vejo um homem e uma mulher, também uma criança”, respondeu o homem. 

A seguir, o filósofo levou o homem diante um espelho e perguntou, “E o que vês agora?” 

“Vejo-me a mim próprio”, disse o homem. 

O filósofo passou então a explicar, “Ambos o espelho e a janela são feitos de vidro, mas um lado do espelho tem uma camada de mercúrio, por isso não consegues ver nada mais que o teu reflexo.” 

Ao ouvir isto, o homem rico finalmente entendeu. 

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30 de Abril – ENTENDER A VIDA 

Ser uma pessoa livre e feliz, sem que isso contrarie as leis da natureza, assemelha-se à postura que uma pessoa demonstra numa peça de teatro. Um bom ator, apesar de estar perfeitamente consciente que tudo à sua volta é falso, é capaz de se exprimir de uma forma que é ainda mais realista, natural e alegre, em contraste com a vida real. E o mesmo é válido para a vida: a coisa mais importante é não sermos criteriosos em relação àquilo que é verdadeiro ou falso, lucrativo ou lesivo, fama ou proveito, nobre ou desvirtuoso, riqueza ou pobreza. Ao invés disso, trata-se mais de viver cada dia de uma forma alegre e descobrir a parte poética dessa experiência. Em algumas instâncias, a imperfeição é uma parte normal da vida, enquanto que a perfeição poderá ser a anormal. O seguinte ditado pode ilustrar isto: “raramente cheia, a lua estará maior parte das vezes em crescente”. 

Se entendermos a vida desta forma, podemos tornar-nos mais compreensivos, livres e despreocupados. E com isto, as nossas preocupações e os dias melancólicos serão levados pelo vento. 

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29 de Abril – EXPLICAR COMO DESEJAMOS 

Como desejamos, assim desejamos, 
Que tudo corra como é desejado. 
Os outros têm os seus desejos, 
Eu tenho os meus desejos. 
Concretizar os desejos de outros 
Pode não concretizar os meus desejos, 
Concretizar os meus desejos, 
Pode não concretizar os desejos dos outros. 
Concretizar os meus desejos e dos outros, 
Pode não concretizar os desejos do Céu. 
Como desejamos, assim desejamos, 
Que tudo corra como é desejado. 

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28 de Abril – LER E COMPORTAR-SE COM INTEGRIDADE 

Aprender a ser humano é um processo de aprendizagem que começa desde uma idade muito tenra. Mesmo quando nos tornamos mais velhos, é necessário continuar os nossos esforços diligentemente enquanto vamos aprendendo e praticando esta ideia. Tal como diz o ditado, “vive e aprende até à velhice.” O processo de aprendizagem em relação aos nossos comportamentos é interminável. Os alunos de uma escola podem graduar-se, mas os seres humanos nunca se graduam da vida. Mesmo no momento da nossa morte, ainda somos um ser humano que precisa de fazer aquilo que é necessário. Por isso, um processo de crescimento como este só acaba com a nossa morte. 

Como é que o ato de estudar pode elevar-nos para um nível mais alto de humanidade? Porque, por meio dos livros, podemos conhecer todo o tipo de pessoas que vivenciaram experiências de vida superiores, e os seus sentimentos profundos poderão ajudar a servir-nos de exemplo. Estas pessoas são aquelas que emergiram no meio de milhões e milhares de pessoas, e cujas lendas conseguiram passar o teste do tempo. A título de exemplo pense-se em Confúcio, será que existiu alguém exímio o suficiente para que se compare a ele? Para além disso, nós veneramos e admiramos pessoas como Jesus, Sakyamuni Buddha, ou Muhammed, simplesmente pelo tipo de seres humanos que foram. Não há lendas que perdurem no tempo sobre alguém que se tornou um milionário ao ganhar a lotaria. Nem os presidentes ou os imperadores são tão bem recordados ou admirados. Se desejam verdadeiramente tornar-se mais humanos, o que se segue será suficiente para te beneficiar para o resto da tua vida, “Nutre um sentimento e eleva a tua espiritualidade”. 

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27 de Abril – A VIDA SOB A PERSPETIVA DE UM JOVEM 

Caros jovens amigos, sem dizer respeito à vossa naturalidade e pureza, vocês têm por hábito limpar frequentemente as poeiras da vossa mente? 

Para nutrir verdadeiramente o vosso próprio poder, alguma vez permaneceram sem medos frente às pressões, revoltaram-se contra a autoridade, e ultrapassaram obstáculos, para que se pudessem enraizar profundamente no solo da história e da cultura, absorvendo os seus nutrientes e as suas nascentes escondidas? 

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26 de Abril – UM CLÁSSICO DE MIL CARACTERES 

Corrige os erros quando são identificados, 
e esquece as capacidades que adquiriste. 
Não fales das falências dos outros, 
e não estejas convencido das tuas próprias capacidades. 
Admira só a conduta dos virtuosos, 
e evita o desejo de te tornares um sábio. 
Estabelece a virtude e o bom nome, 
e mantém uma imagem decente e reta. 
As calamidades acumulam-se devido ao mal, 
a virtude é celebrada pela boa sorte e as bênções. 
Um pé de jade não é um tesouro, contudo, 
é proveitoso lutar por um momento no tempo. 
Ajuda o teu pai e serve o teu rei, 
fala com solenidade e respeito. 
Faz o teu melhor para ser filial, 
e dedica a tua vida em função da lealdade. 

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25 de Abril – FÉ NA MENTE (EXCERTO) 

Não é difícil alcançar o Caminho, 

Exceto quando há preferências; 

Só é preciso não amar ou odiar, 

Para perceber rigorosamente porquê. 

A luta entre a rejeição e a aceitação, 

É só uma doença da mente; 

Ao não se aperceber do profundo objetivo, 

A quietude da mente será fútil. 

Não persigas nenhuma condição da existência, 

Nunca te resignes na paciência da vacuidade; 

Com um sentido de igualdade, 

Tudo se extinguirá naturalmente. 

Assim que os conceitos de certo e errado existem, 

O caos começará na mente, 

Os Seis Objetos* nunca foram impuros, 

São apenas equivalentes à Iluminação. 

Sonhos, ilusões e a flor no céu, 

Não valem o esforço de se agarrar; 

Seja o ganho, a perda, o certo, e o errado, 

Deixa-os ir de uma vez por todas. 

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun

24 de Abril – UM MUNDO ONDE NÃO SE OLHA E ESCUTA 

Ao confrontar estas palavras, eu fechei os meus olhos e parei de observar. Num mundo de escuridão, acendi uma luz na minha mente e encontrei nesse sítio – na minha mente – tudo aquilo que existia na terra. Aprendi a olhar interiormente, não para o exterior; para o não-existente, ao invés do existente; para o real, em vez do ilusório; para mim próprio, não para os outros. 

Há três meses atrás, ao caminhar por um corredor longo, abri novamente os meus olhos. As paisagens – as montanhas verdes e os corpos de água, as nuvens brancas num céu azul e aberto – eram demasiado belas para ser totalmente apreciadas. Após um período de autorreflexão, percebi que as colinas e a água continuavam como sempre as vi, mas os sentimentos que eu sentia agora eram muito diferentes dos que sentira no passado. 

Até este dia, consigo ainda caminhar na escuridão ou subir as escadas com facilidade – sem usar os meus olhos. Neste mundo, as coisas poderiam ser percecionadas de uma forma mais fiel se usássemos a nossa mente em vez dos nossos olhos físicos. 

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun