24 de Abril – UM MUNDO ONDE NÃO SE OLHA E ESCUTA 

Ao confrontar estas palavras, eu fechei os meus olhos e parei de observar. Num mundo de escuridão, acendi uma luz na minha mente e encontrei nesse sítio – na minha mente – tudo aquilo que existia na terra. Aprendi a olhar interiormente, não para o exterior; para o não-existente, ao invés do existente; para o real, em vez do ilusório; para mim próprio, não para os outros. 

Há três meses atrás, ao caminhar por um corredor longo, abri novamente os meus olhos. As paisagens – as montanhas verdes e os corpos de água, as nuvens brancas num céu azul e aberto – eram demasiado belas para ser totalmente apreciadas. Após um período de autorreflexão, percebi que as colinas e a água continuavam como sempre as vi, mas os sentimentos que eu sentia agora eram muito diferentes dos que sentira no passado. 

Até este dia, consigo ainda caminhar na escuridão ou subir as escadas com facilidade – sem usar os meus olhos. Neste mundo, as coisas poderiam ser percecionadas de uma forma mais fiel se usássemos a nossa mente em vez dos nossos olhos físicos. 

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun