28 de Junho – CONSELHO PARA A TEMPERANÇA

A dedicação e a preguiça existem no instante;

A ascensão e a queda de uma família também se determina da mesma maneira.

A concretização de todas as coisas é graças ao zelo,

Quando é que viram um homem ocioso a ter sucesso?

Os dias de juventude são os mais preciosos

Pois é nesta altura que as boas causas para o sucesso são fundadas.

Contudo, muitos se esquecem de estimar estes tempos preciosos da vida.

Não há tempo a perder com os assuntos mundanos!

Levanta-te cedo pela madrugada,

Que os afazeres de casa são bastante penosos.

Olha para aqueles filhos dispendiosos,

Muitos seriam preguiçosos e dorminhocos gananciosos.

Levar a vida com temperança é a coisa mais nobre,

Não atires as tuas riquezas para as ondas!

Tem sempre consciência da falta de recursos de hoje,

Para que não tenhas que ouvir os choros de desespero mais tarde na vida.

Durante anos, lidamos com assuntos e providenciamos para a nossa família,

Devemos ter sempre planos cautelosos para o futuro.

Preparar-te para a pobreza em tempos de prosperidade,

Não esperes até que a pobreza chegue para começar a pensar na temperança.

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun 

27 de Junho – NOSTALGIA

Quando eu era um rapaz

A nostalgia era um pequeno selo

Eu estava nesta ponta

E a minha mãe na outra

Quando eu cresci

A nostalgia era um bilhete de um barco a vapor

Eu estava nesta ponta

E a minha noiva na outra

Anos mais tarde

A nostalgia era uma sepultura pequena

Eu estava deste lado

E a minha mãe estava do outro

E agora

A nostalgia é um estreito raso

E estou nesta margem

E o continente está na outra

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun 

26 de Junho – CANÇÃO DOS DEZ MILHARES DE “VAZIOS” 

Vindo do Sul, dirigindo-se para o Norte,

caminhando de Oeste, indo para Leste,

Encarando sempre esta vida transitória

como algo inerentemente vazio.

O Céu é a vacuidade, a terra é a vacuidade,

as nossas vidas, no fundo, são indistintas,

O Sol é a vacuidade, a lua é a vacuidade,

indo e vindo, indo e vindo,

onde está o mérito nisso?

Os campos são a vacuidade, as casas são a vacuidade,

quantos donos é que já tiveram?

A prata é a vacuidade, o ouro é a vacuidade,

será que são nossos depois da morte?

O casamento é a vacuidade, as crianças são a vacuidade,

não encontrando nenhum dos dois

a caminho das Nascentes Amarelas*

O Tripitaka diz que a vacuidade é a forma,

Os textos Prajna dizem que a forma é a vacuidade.

Indo para Oeste na manhã

dirigindo-me para Leste à tarde,

as vidas findam-se como as das abelhas.

Recolhendo centenas de flores,

para a transformação do mel,

no fim, percebendo que os esforços são em vão.

Durante a noite, já perto das doze,

ouvem-se os sons do tambor.

Ao acordar, despercebido,

ao som dos sinos da manhã.

Há que começar de novo – vendo e considerando ponderadamente,

que tudo faz parte de um sonho megalómano.

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25 de Junho – DEZ RECOMENDAÇÕES ESSENCIAIS PARA AJUDAR OS OUTROS

1. Sê bom para os outros. 

2. Tem um coração gentil e honrado 

3. Ajuda os outros a concretizar os seus objetivos 

4. Encoraja os outros a praticar o bem 

5. Assiste os outros em casos de emergência 

6. Faz aquilo que for melhor para o bem comum 

7. Oferece a tua riqueza para cultivar o mérito 

8. Protege a justiça do Dharma 

9. Respeita os idosos 

10. Valoriza as tuas posses e a vida.

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24 de Junho – CARTA DE DESPEDIDA PARA A MINHA MÃE

Diz-se que todos os Budas que apareceram neste mundo receberam o seu corpo a partir dos seus pais. Todos os fenómenos que surgem estão dependentes do céu e da terra. Como tal, se não houvesse pais, ninguém nascia, e sem o céu e a terra, ninguém poderia crescer. Todos nós dependemos e sentimos gratidão por aqueles que cuidaram de nós e nos ensinaram coisas; e fomos todos protegidos e apoiados pelas suas virtudes. Todos os seres sencientes e todos os fenómenos são impermanentes, não estando à parte do nascimento e da morte. É difícil retribuir o sustento, o carinho profundo e o facto de termos sido criados com bondade. Mesmo que fossemos capazes de oferecer todo o tipo de objetos mundanos, ainda assim seríamos incapazes de retribuir toda essa bondade. Se uma pessoa alimentasse os seus pais com o seu próprio sangue, será que isso os manteria bem para sempre? O “Clássico da Piedade Filial” diz, “Mesmo que um filho providencie a carne de vaca, de carneiro e de porco, para alimentar os seus pais, ainda assim ele não seria um filho filial.” Os laços fortes conduzem ao renascimento perpétuo.

Não há maneira mais eficaz de retribuir esse amor e bondade que decidir abandonar com virtude e mérito a nossa vida caseira. Ao guiar os nossos pais através do ciclo de nascimento e de morte no rio dos afetos, e ao levá-los para além desse mar amargo das aflições, podemos pagar a nossa dívida que se estende por um milhar de vidas – podemos retribuir a gentileza de um dos nossos pais por dez milhares de kalpas. Entre todos aqueles que habitam os três planos de existência e que nos pagaram com as quatro bondades, nenhum deles ficará sem a sua recompensa. Os sutras dizem, “Quando uma criança deixa a vida caseira, um conjunto de nove parentes entrará no céu.”

Eu, Liangjie, renuncio o meu lugar na vida e faço o voto de não regressar a casa. Eu dedico aos meus sentidos e experiências durante kalpas infinitos para entender instantaneamente o prajna. Eu desejo que vocês, meus pais, consigam entender isto e que fiquem felizes ao deixar-me partir, sem se deixarem prender aos nossos laços. Espero que consigam aprender com o Rei Suddhodana e a Rainha Maya que, em outros tempos e noutros dias, foram ao encontro do Buda. Hoje, agora, despedimo-nos. Isto não significa que vos virei as costas ao não vos sustentar, mas o tempo não espera por ninguém. É por isso que se diz, “Se hoje ninguém está para ser libertado, então quando será?”. Espero que não pensem em mim.

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23 de Junho – DÁ SEMPRE LUGAR À BONDADE

Quando fores insultado deixa que a mente o tolere; e, pelo contrário, quando fores elogiado, sente a vergonha. Durante o percurso do cultivo espiritual, celebra este com alegria em vez de orgulho. Doma as mentes perversas e harmoniza uma assembleia dividida. Faz conhecer as boas acções dos outros em vez dos seus defeitos. Nunca fales daquilo que os outros têm vergonha e não exponhas os seus segredos a ninguém. Faz questão de retribuir totalmente até a mais pequena amabilidade. Mantém uma mente compassiva com aqueles que se ressentem contra ti. Considera todos os seres vivos como os teus próprios pais e prefere perder a tua vida a dizer uma mentira.

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun 

22 de Junho – VERSO DO DHARMA SOBRE A RENÚNCIA

Em Fo Guang Shan, uma atmosfera rejubilante enche o ar;

Desde a sua inauguração, alcançou às pessoas de todos os locais.

As boas causas e as boas condições conduziram-nos a bons resultados,

Os jovens estão a glorificar o Budismo ao fazer parte desta fé.

O desejo de renunciarmos é o mais auspicioso,

Apesar de nos despedir da família e dos entes queridos, deixando a nossa casa,

Os oitos grupos de seres celestiais louvam-nos com uma voz unânime,

Pois a sabedoria que perseguimos contém uma vida que durará para toda a eternidade.

Com a cabeça rapada e o robe monástico vestido, parecemos realmente majestosos,

Está sempre consciente da prática da paciência e da disciplina.

Relembra-te constantemente do dever de propagar o Dharma a qualquer momento,

Impede as ambições iniciais de dominação através da hesitação e da dúvida.

Devemos permanecer consistentes na nossa conduta e costumes de um monástico,

Nunca fazer uma birra por temperamento ou cair num estado de desalento.

Sê diligente nas tuas tarefas em função do serviço pela Ordem,

Uma fragrância maravilhosa surgirá de uma mente humilde e respeitável.

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21 de Junho – PORQUE ESTÃO OS OUTROS DISPOSTOS A TRABALHAR CONTIGO?

1. És virtuoso: És verdadeiro com os outros, tratas as pessoas com gentileza e honestidade. És bondoso, reto, confiável, educado e ternurento. Quando os outros interagem contigo eles sentem o teu afeto e ficam relaxados.

2. És útil: Tens um valor prático para os outros.

3. Tens substância: Estar contigo é uma experiência reveladora pois permite aos outros pensarem “fora da caixa”. Não te sentes obrigado a fazer publicitar dos teus conhecimentos, nem acreditas em tudo o que vês ou ouves.

4. Tens capacidades: Escutas as ideias dos outros atentamente e és capaz de contribuir com opiniões valiosas.

5. És magnânimo: Reconheces completamente o valor dos outros e sabes valorizar o carácter único de cada um.

6. És interessante: Trazes alegria aos demais. Estar contigo não é enfadonho.

7. És sincero: Sabes criar amizades de uma forma genuína e por isso as tuas conexões invocam naturalmente respeito. Para além disso, demonstras uma positividade sem limites.

Não há necessidade de dizer tudo aquilo que sabes. Não acredites em tudo o que vês. Digere tudo o que ouves. Processa cada encontro que tens nesse preciso momento. Peneira e filtra os sedimentos; ao longo do tempo, as tuas energias e capacidades vão fortalecer-se e serão a origem de grandes coisas.

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19 de Junho – AS TRÊS COISAS PRECIOSAS

Eu tenho três coisas preciosas que estimo e tenho perto de mim. A primeira é a gentileza; a segunda é a economia; a terceira é a diminuição da minha procedência para com os outros. Com a gentileza eu posso ser corajoso; com a economia eu posso ser liberal; com a diminuição da minha precedência pelos outros, posso tornar-me num meio para demonstrar a mais alta honra.

Atualmente, eles desistem da gentileza e apenas querem ser corajosos; desistem da economia, e só querem ser liberais; desistem de ser os últimos, e colocam-se em primeiro lugar; de tudo isto, o fim é a morte. Decerto que a gentileza está para ser vitoriosa até no campo de batalha, e será firme para manter a sua posição. O céu salvará a quem o possui, pois é a sua própria gentileza que o protege.

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