Vindo do Sul, dirigindo-se para o Norte,
caminhando de Oeste, indo para Leste,
Encarando sempre esta vida transitória
como algo inerentemente vazio.
O Céu é a vacuidade, a terra é a vacuidade,
as nossas vidas, no fundo, são indistintas,
O Sol é a vacuidade, a lua é a vacuidade,
indo e vindo, indo e vindo,
onde está o mérito nisso?
Os campos são a vacuidade, as casas são a vacuidade,
quantos donos é que já tiveram?
A prata é a vacuidade, o ouro é a vacuidade,
será que são nossos depois da morte?
O casamento é a vacuidade, as crianças são a vacuidade,
não encontrando nenhum dos dois
a caminho das Nascentes Amarelas*
O Tripitaka diz que a vacuidade é a forma,
Os textos Prajna dizem que a forma é a vacuidade.
Indo para Oeste na manhã
dirigindo-me para Leste à tarde,
as vidas findam-se como as das abelhas.
Recolhendo centenas de flores,
para a transformação do mel,
no fim, percebendo que os esforços são em vão.
Durante a noite, já perto das doze,
ouvem-se os sons do tambor.
Ao acordar, despercebido,
ao som dos sinos da manhã.
Há que começar de novo – vendo e considerando ponderadamente,
que tudo faz parte de um sonho megalómano.
Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun