26 de Junho – CANÇÃO DOS DEZ MILHARES DE “VAZIOS” 

Vindo do Sul, dirigindo-se para o Norte,

caminhando de Oeste, indo para Leste,

Encarando sempre esta vida transitória

como algo inerentemente vazio.

O Céu é a vacuidade, a terra é a vacuidade,

as nossas vidas, no fundo, são indistintas,

O Sol é a vacuidade, a lua é a vacuidade,

indo e vindo, indo e vindo,

onde está o mérito nisso?

Os campos são a vacuidade, as casas são a vacuidade,

quantos donos é que já tiveram?

A prata é a vacuidade, o ouro é a vacuidade,

será que são nossos depois da morte?

O casamento é a vacuidade, as crianças são a vacuidade,

não encontrando nenhum dos dois

a caminho das Nascentes Amarelas*

O Tripitaka diz que a vacuidade é a forma,

Os textos Prajna dizem que a forma é a vacuidade.

Indo para Oeste na manhã

dirigindo-me para Leste à tarde,

as vidas findam-se como as das abelhas.

Recolhendo centenas de flores,

para a transformação do mel,

no fim, percebendo que os esforços são em vão.

Durante a noite, já perto das doze,

ouvem-se os sons do tambor.

Ao acordar, despercebido,

ao som dos sinos da manhã.

Há que começar de novo – vendo e considerando ponderadamente,

que tudo faz parte de um sonho megalómano.

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun