4 de Setembro – CONHECER A SATISFAÇÃO

Aqueles que desejam libertar-se de todas as aflições devem contemplar a prática do contentamento. É na prática do contentamento que a fortuna, a felicidade e a paz residem.

Aqueles que têm contentamento estão felizes e sentem-se em paz, mesmo que estejam a dormir no chão, enquanto que aqueles sem contentamento estão sempre insatisfeitos, mesmo que estejam no paraíso.

Aqueles que têm contentamento têm riqueza, mesmo que sejam pobres, enquanto que aqueles sem contentamento estão apegados aos cinco desejos* e os que têm contentamento sentem pena deles.

— retirado de Tratado Sobre os Ensinamentos Legados Pelo Sutra Buda

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun 

3 de Setembro – VERGAR-NOS PERANTE A VERDADE

I

Apenas estamos dispostos a vergar-nos perante o altar da verdade, e não dispostos a rastejar perante a autoridade de todo o que é material.

II

Devemos ter a determinação para vencer e ser destemidos em relação aos fracassos e contratempos.

III

Aquilo que determina o génio é o empenho. Trabalhar e estudar com empenho permite com que o talento inato de cada um tenha um desenvolvimento acrescido. A quantidade de talento que cada um desenvolve é diretamente proporcional ao empenho que colocamos.

IV

O tempo é vida; o tempo é rapidez; o tempo é poder.

V

O ato de estudar não se equivale com o queimar do óleo à meia noite. O sucesso não se alcança ao sermos esporádicos.

VI

Ao semear uma cabaça nascerão cabaceiras. Ao semear um feijão nascerão feijoeiros. Ao semear uma benevolência amigável nascerá uma benevolência amigável.

— retirado de A Obra Completa de Guo Moruo

2 de Setembro – ESTA COISA CHAMADA VIDA

Neste mundo, é um tabu ser-se perfeito em todos os sentidos. Por exemplo, uma vez que a lua que está no céu se encontre cheia, não demorará até que comece a minguar. No instante em que os frutos de uma árvore ficam maduros, eles soltam-se e caem. Para que se possa persistir, há sempre que deixar um lugar para a deficiência.

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun 

1 de Setembro – A PÉROLA BRILHANTE DE CADA UM

Eu tenho uma pérola brilhante única,

Que há muito está aprisionada na poeira.

Agora que a poeira se foi, o brilho é resplandecente

Iluminando todas as montanhas e rios.

— retirado de Examinações da Linhagem da Família Sakya 

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun 

30 de Agosto – O CONSELHO DE CHIEN MEIGON PARA O MUNDO (EXCERTO)

Venerar os deuses e os espíritos, mas não os nossos pais;

Onde está o respeito?

Irmãos, irmãs, todos cresceram da mesma raiz;

Qual é a necessidade de discutir?

Cada um dos teus descendentes tem a sua própria sorte;

Qual é a necessidade de nos preocupar?

Os deuses observam-te do cimo;

Quem queres enganar?

Desde o passado que os escritos nunca estiveram comprovados

Qual é a necessidade de se vangloriar?

A fama e a fortuna são curtas como a vida de uma pétala;

Qual é a necessidade de se orgulhar?

A fortuna dos outros pertence ao seu destino;

Qual é a necessidade de se invejar?

Uma falta de cultivação no passado significa sofrimento no presente;

Qual é a necessidade de se queixar?

É difícil sermos sempre aquela pessoa que sorri;

Qual é a necessidade de sofrer?

Cada vantagem adquirida é outra perdida;

Qual é a necessidade de ser ganancioso?

Podemos ser mais inteligentes ao que é conveniente;

Qual é a necessidade de ser astuto?

A desonestidade desgasta a sorte de uma vida inteira;

Qual é a necessidade de mentir?

O tempo vai trazer-te a justiça;

Qual é a necessidade de disputar?

Criar uma família com zelo e frugalidade;

supera o ato de pedir ajuda aos demais;

Onde é que existe a possibilidade para o luxo?

Um “Olho por olho” deixa o mundo inteiro cego;

Qual é a necessidade de instigar hostilidades?

Os refúgios estão no coração das pessoas, não nas montanhas;

Qual é a necessidade de se conspirar?

O insulto atrai a calamidade, e o perdão as bênções;

Qual é necessidade de se ter poder?

Uma vez que a impermanência se manifesta, tudo acaba;

Qual é a tua pressa?

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun 

29 de Agosto – CANÇÃO DO CONTENTAMENTO 

Ao contemplarmos o sofrimento proveniente dos assuntos complicados,

É já uma bênção o facto de sermos livres.

Ao contemplarmos o sofrimento proveniente da fome,

É já uma bênção o facto de estarmos quentes.

Ao contemplarmos o sofrimento proveniente das enfermidades,

É já uma bênção o facto de estarmos saudáveis.

Ao contemplarmos o sofrimento proveniente da adversidade,

É já uma bênção o facto de estarmos em segurança.

Ao contemplarmos o sofrimento proveniente de estar enclausurados,

É já uma bênção o facto de poder viver em paz.

Ao contemplarmos o sofrimento proveniente da morte,

É já uma bênção o facto de estar vivos.

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun 

28 de Agosto – SELECÇÕES DA DOUTRINA DO MEIO

O gosto pela aprendizagem aproxima-nos do conhecimento. A prática com vigor aproxima-nos da magnanimidade. Possuir um sentido de vergonha aproxima-nos da energia.

Para que se alcance o Caminho é necessário: um estudo extenso sobre aquilo que é o bem; uma investigação exata e uma reflexão ponderada acerca do mesmo; e uma clara distinção sobre a sua natureza, acompanhando-a de uma prática honesta.

Não se pode abandonar o caminho nem por um instante. Se pudesse abandonar, já não seria o caminho. Devido a estas circunstâncias, o homem superior não espera até que as coisas estejam em vista para ser cauteloso, nem até que as ouça, para ser apreensivo. Não há nada de mais visível que um segredo, nem nada mais manifesto que algo diminuto. Por essa razão, o homem superior está atento e observa-se quando está sozinho. Enquanto não houver algum arrebatamento de prazer, de raiva, de tristeza, ou de alegria, podemos considerar que a mente se encontra num estado de Harmonia. Este Equilíbrio é a grande raiz de onde provêm todas as ações humanas neste mundo, e esta Harmonia é o caminho universal que todos nós devemos percorrer. Deixem que os estados de equilíbrio e harmonia existam num estado de perfeição, e uma ordem feliz irá prevalecer pelo céu e a terra para que todas as coisas possam nutrir e florescer.

26 de Agosto – O CAMINHO PARA UMA VIDA FELIZ (EXCERTO)

Uma vez, o meu pai ensinou a mim e aos meus irmãos um poema:

Ele monta um corcel, e eu monto um burro;

Enquanto baixo a minha cabeça por me sentir inferior,

Quando olho para cima vejo homens a empurrar carroças,

Apesar de serem menores que uns, estão ainda melhor que muitos outros.

Este poema, apesar de simples e óbvio, tem um sentido e um significado mais profundo. Ele diz que as pessoas se devem contentar, pois aqueles que têm contentamento conseguem viver sem preocupações. Contudo, também sou da opinião de que a vida não deve ser apenas vivida em prole da nossa comida e vestuário, mas sim em função de um propósito mais nobre. Cheguei à conclusão que as pessoas neste mundo devem trabalhar afincadamente e dedicar-se a empreendimentos com um espírito de luta que não aceita algo menor que o sucesso; por um lado, isto aumenta as oportunidades de emprego, e por outro, contribui para a sociedade e para o país. Isto não se relaciona tanto com o dinheiro que podemos vir a ganhar com o trabalho, mas se conseguimos encontrar algum valor nessa profissão. Desta forma, empenhamo-nos para ajudar o mundo por meio dos trabalhos de assistência social para o benefício das massas e para encorajar o progresso, a virtude e a harmonia.

Na minha opinião, a busca da felicidade na vida resume-se a estes pontos: 

1. Ter uma boa saúde.

2. Ter harmonia na família.

3. Trabalhar diligentemente.

4. Ter contentamento e ser grato.

5. Ajudar os outros e praticar o bem.

— retirado de Os Setenta Anos da Minha Vida

25 de Agosto – NA ESTRADA

Esta estrada é muito curta, e também muito longa 

Esta não é a minha primeira vez que 

Caminho por sabe-se lá quantos 

milhares e milhões de anos. 

A poeira negra cobre-me, 

Mas também me permite crescer 

Utilizo as minhas lágrimas para que se tornem no meu sorriso 

Derramo os meus sorrisos nos arbustos à berma da estrada. 

Florescerão milagrosamente como orquídeas? 

O horizonte longínquo está por descobrir. 

Esta estrada é um fio 

para sempre interminável, de contas de oração agridoce. 

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun