8 de Fevereiro – SELOS DO REI DO DHARMA 

Ainda nem completos os cem anos de idade, 
e já um carrega a carga de mil anos de preocupações; 
Tendo só agora recuperado a nossa própria saúde, 
e as preocupações com os filhos e netos 
não deixam de suceder. 

Olhando para baixo, os caules tomam raiz nos solos, 
Olhando para cima, os topos das amoreiras mudam a sua cor; 
À medida que a haste se inclina para o Mar do Oriente, 
finalmente se percebe que é aí que a pesagem termina. 

Suspirando esta vida ilusória, 
quando é que os seus longos dias terminarão? 
Manhã após manhã de tempos sem lazer, 
ano após ano não consciente da velha idade. 

Perseguindo sempre a comida e o vestuário, 
causando apenas preocupações à mente; 
Centenas de anos de tormento, 
viajamos entre os três planos do mal*. 

O Rio Amarelo que eu vejo, 
quando é que a sua água foi transparente? 
As correntes são rápidas como flechas voadoras, 
enquanto que a vida é como uma lentilha de água. 

Ignorância é o karma fundamental, 
enquanto que o apego é um poço de aflições; 
Quantos kalpas de reencarnação já se passaram, 
só para criar aquilo que está cego e perdido. 

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun.

7 de Fevereiro – AJUDAR A VIVER 

“Ajudar a viver” significa: respeitar a vida, assegurar-nos que os seres sencientes vivem sem medo, e oferecer-lhes um ambiente seguro onde possam habitar. Os melhores exemplos de “libertação” são evitar a pesca à margem dos rios, não torturar os animais, e não matar a vida ou lesar o ambiente. 

No Budismo, que enfatiza a humanidade, “libertação” também inclui “libertar as pessoas”, o que significa oferecer aos outros uma saída. Ao trabalharmos para a felicidade dos outros trazendo-lhes a fé, a alegria, a esperança e a comodidade, isto torna-se um “libertar” proactivo. Nisto também se inclui o ato de ajudarmos os outros a encontrar uma solução para situações difíceis, quando prestamos auxílio, e quando damos aos outros causas e condições. 

Há um ditado, “quer seja senciente ou não-senciente, todos irão alcançar a sabedoria do Buda.” Todo o objeto inanimado como por exemplo, um caule de uma flor, uma folha de erva, uma mesa, uma cadeira, ou uma carpete, têm vida; e deve ser bem preservada e utilizada para prolongar o seu tempo, conferindo-lhe assim um valor. Essa é a perspetiva budista sobre o “libertação”. 

Para aqueles que estão a praticar hoje este ato de “libertar”, têm de ter cuidado para os casos em que as suas ações estão, de facto, a causar a morte. 

Quem é alguém para falar da insignificância da vida animal; 
Eles são da mesma carne e osso. 
És incentivado a não disparar sobre os pássaros de Primavera, 
Pois os bebés que estão no ninho esperam o regresso da sua mãe. 

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun.

6 de Fevereiro – ONDULANTE, ONDULANTE É RIO YANGTZE QUE FLUI PARA LESTE 

Ondulante, ondulante é o rio Yangtze que flui para Leste, 
As ondas escoam para longe os heróis. 
Certo e errado, sucesso e falhanço, todos vazios. 
As montanhas verdes permanecem, 
Quantos mais sóis poentes surgirão? 
Pescadores de cabelos brancos estão à margem do rio, 
Observando a lua de Outono e a brisa da Primavera; 
Um pote de vinho não filtrado volta a dar-me as boas vindas. 
Quantos eventos, desde a antiguidade até agora, 
valem todos como assunto para rir e conversar? 

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun.

05 de Janeiro – INSTRUÇÕES CASUAIS

A verdadeira etiqueta existe quando as palavras vazias são omitidas, 
e a sinceridade e o respeito são preservados. 
O verdadeiro nível existe quando a superficialidade é repreendida 
enquanto a frugalidade é defendida. 
O verdadeiro discernimento existe quando a distância com a astúcia e a adulação é mantida, e a distância com a benevolência e a honestidade é reduzida. 
A verdadeira postura existe quando a consciência da causa e do efeito é evidenciada, e a distinção entre a transgressão e o mérito é mantida. 
A verdadeira tradição existe quando o contentamento na tranquilidade e simplicidade é evidenciado, e a vergonha em procuras deliberadas é sentida. 

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun.

3 de Fevereiro – PASSANDO PELO TEMPLO XIANGJI 

Desconhecendo o paradeiro do Templo Xiangji, 
Estou milhas dentro o pico enevoado. 
Dentro floresta antiga sem nenhum trilho, 
De onde provém o som do sino nas profundezas destas montanhas? 
O choro das nascentes embate nas pedras elevadas, 
Os raios do sol regelam por cima das pinhas verdes. 
Ao entardecer, junto a um lago tranquilo, mas isolado, 
Medito silenciosamente para domar o dragão venenoso. 

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun.

2 de Fevereiro – COSTURA

Indo para toda a parte com tesouras e uma vareta de medição, 
O fio vai e a agulha vem;
atarefado todos os dias. 
Tendo medido o longo e o curto de todos, 
Quando poderei medir os meus? 

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun.

1 de Fevereiro – O ESFORÇO É COMO UM TESOURO

Aqueles que se esforçam, que são conscientes, puros em conduta, autodisciplinados, e que vivem de acordo com o Dharma, alcançam uma glória interminável.

Por meio do esforço, da ponderação e da autodisciplina, os sábios, por si, constroem um continente que não pode ser submerso por um dilúvio.

Os insensatos e arrogantes saciam-se na imponderação, enquanto que os sábios protegem a sua ponderância como quem protege uma joia.

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun.

29 de Janeiro – O CAVALHEIRO E O VILÃO

Eu não sei o que significa ser um cavalheiro,
Mas vejo que é um que recebe o mínimo.
Eu não sei o que significa ser uma pessoa miserável,
Mas vejo que ele gosta de lucrar à custa de outros.

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun.

28 de Janeiro – O SOM DISTINTO DO CHORO

Ao colocar um dedo na água a escaldar,
Sentirá dores dilacerantes por todo o corpo;
Ao ter uma agulha presa na carne, um sentirá 
como se cem facas cortassem pelo corpo.
Os peixes a morrer suplicam aos humanos,
Enquanto que as galinhas moribundas choram sob a lâmina.
Tais choros, tão claros e distintos
estão ainda para ser reconhecidos pelos ouvintes.

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun.