1 – Se, quando alcançar o estado de Buda, existir na minha terra de Buda um inferno, um reino de espíritos esfomeados ou um reino de animais, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
2 – Se, quando alcançar o estado de Buda, os seres humanos e devas na minha terra de Buda caírem de novo, após a morte, nos três reinos malignos, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
3 – Se, quando alcançar o estado de Buda, os seres humanos e devas na minha terra de Buda, não tiverem todos a cor do ouro puro, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
4 – Se, quando alcançar o estado de Buda, os seres humanos e devas, na minha terra de Buda, não tiverem todos a mesma aparência e existir alguma diferenciação em termos de beleza, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
5 – Se, quando alcançar o estado de Buda, os seres humanos e devas na minha terra de Buda não forem capazes de recordar todos os seus renascimentos passados e de conhecer eventos ocorridos mesmo que há centenas de kotis de nayutas de kalpas, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
6 – Se, quando alcançar o estado de Buda, os seres humanos e devas na minha terra de Buda não possuírem o olho divino, capaz de ver até centenas de milhares de kotis de nayutas de terras de Buda, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
7 – Se, quando alcançar o estado de Buda, os seres humanos e devas na minha terra de Buda não possuírem o ouvido divino, capaz de escutar os ensinamentos de pelo menos uma centena de milhares de kotis de nayutas de Budas e não se recordarem de todos eles, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
8 – Se, quando alcançar o estado de Buda, os seres humanos e devas na minha terra de Buda não possuírem a faculdade de conhecer os pensamentos dos outros, pelo menos de todos os seres existentes numa centena de milhar de kotis de nayutas de terras de Buda, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
9 – Se, quando alcançar o estado de Buda, os seres humanos e devas na minha terra de Buda não possuírem o poder sobrenatural de viajar para qualquer lugar num instante, mesmo que para lá de cem mil kotis de nayutas de terras de Buda, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
10 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os seres humanos e devas na minha terra de Buda derem origem a pensamentos de apego a si próprios, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
11 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os seres humanos e devas na minha terra de Buda não se encontrarem firmemente estabelecidos na verdade absoluta, até atingirem o nirvana, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
12 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, a minha luz for limitada e incapaz de iluminar pelo menos cem mil kotis de nayutas de terras de Buda, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
13 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, a duração da minha vida for limitada, mesmo que tenha a duração de cem mil kotis de nayutas de kalpas, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
14 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, o número de shravakas na minha terra de Buda for conhecido, mesmo que todos os seres e pratyekabudas existentes neste universo de milhares de milhões de mundos os contem durante cem mil kalpas, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
15 – Se, quando alcançar o estado de Buda, os seres humanos e devas na minha terra de Buda tiverem uma duração de vida limitada, excepto quando desejem encurtá-la de acordo com os seus votos originais, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
16 – Se, quando alcançar o estado de Buda, os seres humanos e devas na minha terra de Buda sequer ouvirem falar de qualquer má acção, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
17 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, inumeráveis Budas nas terras das dez direcções não louvarem e glorificarem o meu Nome, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
18 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os seres sencientes das terras das dez direcções que sincera e alegremente se confiarem a mim, desejarem nascer na minha terra de Buda, e invocarem o meu Nome, ainda que dez vezes, não nascerem nela, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
19 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os seres sencientes nas terras das dez direcções, que despertem a aspiração à Iluminação, pratiquem vários actos meritórios e sinceramente desejem nascer na minha terra de Buda, aquando da sua morte, não me virem aparecer perante si rodeado por uma multidão de sábios, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
20 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os seres sencientes nas terras das dez direcções que, tendo ouvido o meu Nome, concentrem os seus pensamentos na minha terra de Buda, plantem raízes de virtude e transfiram os seus méritos para a minha terra, com o desejo de nascerem lá, possam eventualmente não realizar a sua aspiração, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
21 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os seres humanos e devas na minha terra de Buda não forem todos dotados com as trinta e duas características físicas de um Grande Homem, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
22 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os bodhisattvas nas terras de Buda das outras direcções que visitem a minha terra não alcançarem infalível e definitivamente o Estágio de se Tornarem Buda Após um Único Renascimento, que eu não alcance a perfeita Iluminação. Estão excluídos aqueles que desejem ensinar e guiar os seres sencientes de acordo com os seus votos originais. Pois eles usam a armadura dos Grandes Votos, acumulam méritos, libertam todos os seres do nascimento e da morte, visitam as terras de Buda para levarem a cabo as práticas dos bodhisattvas, fazem oferendas aos Budas, Tathagatas, através das dez direcções, iluminam incontáveis seres sencientes, numerosos como as areias do rio Ganges estabelecendo-os na mais alta e perfeita Iluminação. Tais bodhisattvas transcendem o curso da prática dos bodhisattvas normais, manifestam as práticas de todos os estágios do bodhisattva e cultivam as virtudes de Samantabhadra.
23 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os bodhisattvas na minha terra de Buda, de modo a fazerem oferendas aos Budas mediante o meu poder transcendental, não sejam capazes de alcançar imensuráveis e inumeráveis kotis de nayutas de terras de Buda num espaço de tempo tão curto como o de comer uma refeição, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
24 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os bodhisattvas na minha terra de Buda não forem capazes, quando o desejarem, de efectuar actos meritórios de adoração aos Budas com oferendas à sua escolha, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
25 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os bodhisattvas na minha terra de Buda não forem capazes de expor o Dharma com omnisciente sabedoria, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
26 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, existir na minha terra de Buda algum bodhisattva que não seja dotado com o corpo do deus Vajra Narayana, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
27 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os seres sencientes forem capazes, mesmo com o olho divino, de nomear ou calcular o número das miríades de manifestações prodigalizadas para os seres humanos e devas na minha terra de Buda, que são gloriosas e resplandecentes e têm detalhes refinados para lá de qualquer descrição, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
28 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os bodhisattvas na minha terra de Buda, mesmo aqueles com pequeno acúmulo de méritos, não forem capazes de ver a árvore Bodhi que tem incontáveis cores e quatro milhões de li de altura, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
29 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os bodhisattvas na minha terra não adquirirem a eloquência e sabedoria na recitação e exposição dos sutras , que eu não alcance a perfeita Iluminação.
30 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, a sabedoria e eloquência dos bodhisattvas na minha terra de Buda for limitada, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
31 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, a minha terra de Buda não for resplandecente, revelando na sua luz todas as imensuráveis, inumeráveis e inconcebíveis terras de Buda, como imagens reflectidas num espelho limpo, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
32 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, todas as miríades de manifestações na minha terra de Buda, do chão ao céu, tais como palácios, pavilhões, lagos, riachos e árvores, não forem compostos de incontáveis tesouros, que ultrapassem em suprema excelência tudo quanto existe no mundo de humanos e devas, e de cem mil variedades de madeira aromática, cuja fragrância abranja todos os mundos das dez direcções, fazendo com que todos os bodhisattvas que a sintam levem a cabo práticas Budistas, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
33 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os seres sencientes nas imensuráveis e inconcebíveis terras de Buda das dez direcções que tenham sido tocados pela minha luz, não sintam paz e alegria em seus corpos e mentes superior à de humanos e devas, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
34 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os seres sencientes em imensuráveis e inconcebíveis terras de Buda nas dez direcções, que ouvirem o meu Nome, não obtiverem a percepção do bodhisattva relativa ao não-surgimento de todos os dharmas e não adquirirem vários profundos dharanis, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
35 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, as mulheres de incontáveis e inconcebíveis terras de Buda nas dez direcções, que tendo ouvido o meu Nome, rejubilem com fé, despertem a aspiração à Iluminação e desejem renunciar à sua condição de mulheres, renasçam como tal novamente após a morte, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
36 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os bodhisattvas em incontáveis e inconcebíveis terras de Buda nas dez direcções, que tenham ouvido o meu Nome, após a sua morte, não levem a cabo práticas sagradas até alcançarem o Estado de Buda, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
37 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os seres humanos e devas em incontáveis e inconcebíveis terras de Buda nas dez direcções, que tendo ouvido o meu Nome, se prosternem no chão para me reverenciar e adorar, rejubilem com fé, e realizem as práticas do bodhisattva, não sejam respeitados por todos os humanos e devas do mundo, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
38 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os seres humanos e devas na minha terra de Buda não obtiverem roupa assim que tal desejo apareça em suas mentes, e se os mantos finos prescritos e louvados pelos Budas não lhes forem imediatamente fornecidos para seu uso, e se essas roupas precisarem de ser cosidas, descoloradas, tingidas ou lavadas, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
39 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os seres humanos e devas na minha terra de Buda não gozarem de alegria e prazer comparáveis aos de um monge que tenha extinguido todas as paixões, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
40 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os bodhisattvas na minha terra de Buda que desejem ver as imensuráveis e gloriosas terras de Buda das dez direcções, não forem capazes de as ver reflectidas nas árvores de jóias, tal como se vê o próprio rosto reflectido num espelho, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
41 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os bodhisattvas nas terras de Buda das outras direcções que ouçam o meu Nome, em qualquer momento antes de se tornarem Budas, tenham órgãos dos sentidos inferiores ou incompletos, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
42 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os bodhisattvas nas terras de Buda das outras direcções que ouçam o meu Nome, não alcancem o samadhi chamado “Pura Emancipação” e, enquanto aí se encontrarem, sem perda de concentração, não sejam capazes de fazer num instante oferendas ? a imensuráveis e inconcebíveis Budas, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
43 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os bodhisattvas nas terras de Buda das outras direcções que ouçam o meu Nome, não renascerem após a sua morte em famílias nobres, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
44 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os bodhisattvas nas terras de Buda das outras direcções que ouçam o meu Nome, não rejubilarem a ponto de dançarem e realizarem as práticas dos bodhisattvas e se não adquirirem repositórios de mérito, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
45 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os bodhisattvas nas terras de Buda das outras direcções que ouçam o meu Nome não alcançarem o samadhi chamado “Equanimidade Universal” e, enquanto aí se encontrarem, não sejam sempre capazes de ver todos os imensuráveis e inconcebíveis Tathagatas até que esses bodhisattvas se tornem também Budas, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
46 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os bodhisattvas na minha terra de Buda não forem capazes de ouvir espontaneamente qualquer ensinamento que desejem , que eu não alcance a perfeita Iluminação.
47 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os bodhisattvas nas terras de Buda das outras direcções que ouçam o meu Nome, não alcancem instantaneamente o Estágio de Não-regressão, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
48 – Se, quando alcançar o Estado de Buda, os bodhisattvas nas terras de Buda das outras direcções que ouçam o meu Nome, não obtiverem instantaneamente a primeira, segunda e terceira percepções da natureza dos dharmas e se não se fixarem firmemente nas verdades percebidas pelos Budas, que eu não alcance a perfeita Iluminação.
Versos que Confirmam o os Votos
O Buda disse a Ananda, “O Bhiksu Dharmakara, tendo proclamado estes votos, disse os seguintes versos:
- Fiz votos sem igual em todo o mundo;
Irei certamente alcançar a Via insuperável.
Se estes votos não forem consumados,
Que eu não alcance a perfeita Iluminação. - Se não me tornar um grande benfeitor
em vidas futuras por imensuráveis kalpas
para salvar os pobres e aflitos em toda a parte,
que eu não alcance a perfeita Iluminação. - Quando alcançar a Iluminação
O meu Nome será ouvido nas dez direcções;
Se houver algum lugar onde isso não aconteça,
Que eu não alcance a perfeita Iluminação. - Livre da ganância e com profunda e perfeita consciência
E pura sabedoria, levarei a cabo as sagradas práticas;
Procurarei alcançar a Via insuperável
E tornar-me mestre de devas e humanos. - Com o meu poder divino irradiarei grande luz,
Iluminando os mundos sem limite,
E dissiparei as trevas das três imperfeições;
Assim libertarei todos os seres da miséria. - Tendo obtido o olho da sabedoria,
Removerei as trevas da ignorância;
Obstruirei todos os maus caminhos
E abrirei o portão dos planos venturosos. - Quando forem aperfeiçoados os méritos e virtudes,
A minha luz majestosa irradiará nas dez direcções,
Ofuscando o sol e a lua
E superando o brilho dos paraísos. - Abrirei o repositório do Dharma para as multidões
Dotando a todos com tesouros de mérito.
Estando sempre entre as multidões,
Proclamarei o Dharma com o rugido do leão. - Farei oferendas a todos os Budas,
Adquirindo assim raízes de virtude.
Quando os meus votos forem realizados e a minha sabedoria aperfeiçoada,
Serei soberano dos três mundos. - Tal como a tua sabedoria sem obstrução, Buda,
A minha alcançará toda a parte, iluminando tudo;
Possa a minha suprema sabedoria
Ser com a vossa, Excelência Mais Honrada. - Se estes votos estiverem destinados a cumprir-se,
Que este universo de milhares de milhões de mundos trema em resposta
E que todos os devas do paraíso
Façam chover raras e maravilhosas flores.”