O Sutra de Amitabha como proferido pelo Buda

Assim eu ouvi: Certa vez, o Buda estava em Shravasti, no Parque Jetavana Anathapindika, com uma grande assembleia de, ao todo, mil duzentos e cinquenta, grandes Arhats, conhecidos e respeitados por todos. Os Veneráveis Shariputra, Mahamaudgalyayana, Mahakasyapa, Mahakatyayana, Mahakaushthila, Revata, Sudhipanthanka, Nanda, Ananda, Rahula, Gavampati, Pindolabharadvaja, Kalodyin, Mahakaphina, Vakkula, Aniruddha. Tão grandes discípulos, e os Maha-Bodhisattvas: Manjushri – o Príncipe Coroado do Dharma, os Bodhisattvas Ajita, Gandhastin, Nityodyukta; grandes Bodhisattvas e Indra Shakro-devanamindra entre incontáveis seres celestiais.
Naquela ocasião, o Buda disse ao Venerável Shariputra: para o Ocidente, além de uma centena de milhões de Terras de Budas, há um mundo chamado de Suprema Felicidade. Nessa terra, há um Buda chamado Amitabha, que neste momento está a disseminar o Dharma. Shariputra, porque a terra é chamada de Suprema Felicidade? Os seres desse mundo não têm nenhum tipo de sofrimento e desfrutam de toda a felicidade, por isso é chamado de Suprema Felicidade.
Além disso, Shariputra, no mundo da Suprema Felicidade, há sete fileiras de muretes balaustrados, sete fileiras de redes e sete fileiras de árvores, todas feitas em quatro tesouros, que se estendem por toda a terra, por isso, esse mundo é chamado de Suprema Felicidade.
Mais ainda, Shariputra, na terra do mundo da Suprema Felicidade, há lagos feitos dos sete tesouros preciosos, que são preenchidos com as águas dos oito méritos e virtudes, com fundos cobertos por areia de ouro. As escadas e os caminhos à sua volta são feitos de ouro, prata, lápis-lazúli e cristais. Acima estão pavilhões adornados com ouro, prata, lápis-lazúli, cristais, pérolas brancas, pérolas vermelhas e ágatas. Nos lagos, flores de lótus tão grandes como rodas de carruagem, verdes com brilho esverdeado, amarelas com brilho amarelado, vermelhas com brilho avermelhado, brancas com brilho alvo; plenas de subtileza, encantamento, fragrância e pureza. Shariputra, tais belezas meritórias foram alcançadas pela terra do Mundo da Suprema Felicidade.
Além disso, Shariputra na terra do mundo daquele Buda, constantemente pairam músicas celestiais. Os pavimentos são cobertos de ouro e, nos seis períodos do dia, chovem Flores Mandarava. Os seres desta terra, a cada manhã, pegam nas suas cestas e colhem maravilhosas flores como oferenda a centena de milhões de Terras de Budas. Na hora das refeições, voltam para a terra natal e caminham em meditação após a refeição. Shariputra, tais belezas meritórias foram alcançadas pela terra do Mundo da Suprema Felicidade.

Ainda, Shariputra, naquele mundo, existem todas as variedades de maravilhosos e coloridos pássaros: garças brancas, pavões, papagaios, canários, kalavinkas e jivajivakas. Estes pássaros cantam canções harmoniosas em todos os seis períodos do dia e as suas canções expõem as Cinco Raízes, os Cinco Poderes, as Sete Características Bodhi, o Nobre caminho Óctuplo de tais Dharmas. Os seres dessa terra ao ouvirem estes sons, estão inevitavelmente cientes do Buda, do Dharma e da Sangha. Shariputra, não penses que esses pássaros nasceram por força do mau carma. E porquê? Por que nessa Terra do mundo de Buda não existem renascimentos nos três reinos malignos. Shariputra, nessa terra do mundo de Buda não existe sequer o termo dos três reinos malignos, e muito menos que eles existam. Esses pássaros são as transformações do Buda Amitabha, a fim de que os seus cantos possam proclamar e difundir o Dharma. Shariputra, nessa Terra do mundo de Buda quando a brisa sopra gentilmente, aquela fileira de árvores cobertas de pedras preciosas e as redes cheias de pedrarias preciosas emitem um subtil e maravilhoso som, como centenas de milhares de instrumentos, todos a tocar ao mesmo tempo. Aqueles que ouvem tais sons naturalmente estarão cientes do Buda, do Dharma e da Sangha. Shariputra, tais belezas meritórias foram alcançadas pela terra do Mundo da Suprema Felicidade.
Shariputra, o que pensas? Porque é que aquele Buda se chama Amitabha? Shariputra, a radiância daquele Buda é imensurável e ilumina os mundos das dez direções, sem qualquer obstáculo. Por isso ele é chamado Amitabha. Ainda, Shariputra, a vida daquele Buda e do seu povo dura por incontáveis Asangkhyeya Kalpas. Por isso, ele é chamado Amitabha. Shariputra, passaram-se dez kalpas desde que Buda Amitabha alcançou a budeidade. Além disso, Shariputra, aquele Buda tem incontáveis e ilimitados discípulos sravakas, todos eles são Arhats, cujo número não pode ser reconhecido por qualquer meio. O mesmo acontece com o número de Bodhisattvas. Shariputra, tais belezas meritórias foram alcançadas pela terra do Mundo da Suprema Felicidade.
Além disso, Shariputra, os seres nascidos na terra do mundo da Suprema Felicidade são todos Avaivartikas, dos quais muitos alcançarão a budeidade no próximo renascimento. O seu número é tão grande e incalculável que não pode ser reconhecido por qualquer meio. Só pode ser expresso por incontáveis Asmkhya. Shariputra, os seres sencientes que ouvem isto, deveriam aspirar a renascer naquele mundo. E porquê? Porque serão capazes de estar em companhia de todos os mais virtuosos e supremos seres. Shariputra, não se pode nascer nesse mundo com ausência de raiz da bondade, poucos méritos, poucas virtudes e ausência de causas e condições. Shariputra, se houver bons homens e boas mulheres virtuosos que ao ouvirem sobre Buda Amitabha recitarem firmemente o seu nome por um, dois, três, quatro, cinco, seis ou sete dias, com a sua mente concentrada e sem distrações, chegada a hora da sua morte, Buda Amitabha e todos os nobres iluminados aparecerão diante deles. Quando o fim chegar, as suas mentes estarão livres de transtornos, e renascerão na terra do mundo da Suprema Felicidade do Buda Amitabha. Shariputra, eu vejo tais benefícios, por isso profiro estas palavras. Os seres que ouvem tais palavras deveriam fazer votos para renascer naquela terra do mundo da Suprema Felicidade.
Shariputra, assim como eu que estou a louvar os benefícios dos inconcebíveis méritos e virtudes de Buda Amitabha. No Oriente, também existem mundos como Buda Ashsobhya, Buda Merudhavaja, Buda Mahameru, Buda Meruprabhasa, Buda Sughosa e Budas tão numerosos quanto as areias do Ganges. Cada um no seu mundo, manifestando-se com a característica de uma língua longa e larga que cobre três mil grandes mundos, ao pronunciar essas palavras da verdade. Todos os seres sencientes devem ter fé neste sutra intitulado Sutra de Louvor aos Méritos e Virtudes, Protegido por todos os Budas.
Shariputra, no mundo do Sul existem o Buda Chandrasuryapradipao, Buda Yasahprabha, Buda Mahaciskamdha, Buda Merupradipa, Buda Aranrtavirya e Budas tão numerosos quanto as areias do Ganges. Cada um no seu mundo, manifestando-se com a característica de uma língua longa e larga que cobre três mil grandes mundos, ao pronunciar essas palavras da verdade. Todos os seres sencientes devem ter fé neste sutra intitulado Sutra de Louvor aos Méritos e Virtudes, Protegido por todos os Budas.
Shariputra, no mundo ocidental existem o Buda Amitayus, Buda Amitaskamdha, Buda Amitadhavaja, Buda Mahaprabha, Buda Maharasmiprabha, Buda Maharatnaketu, Buda Saddhasme e Budas tão numerosos quanto as areias do Ganges. Cada um no seu mundo, manifestando-se com a característica de uma língua longa e larga que cobre três mil grandes mundos, ao pronunciar essas palavras da verdade. Todos os seres sencientes devem ter fé neste sutra intitulado Sutra de Louvor aos Méritos e Virtudes, Protegido por todos os Budas.
Shariputra, no mundo Norte, existem Buda Mahaciskamdha, Buda Dumdubhisvaranirghosa, Buda Dupradjarsa, Buda Asityasambhava, Buda Jalemiprabha e Budas tão numerosos quanto as areias do Ganges. Cada um no seu mundo, manifestando-se com a característica de uma língua longa e larga que cobre três mil grandes mundos, ao pronunciar essas palavras da verdade. Todos os seres sencientes devem ter fé neste sutra intitulado Sutra de Louvor aos Méritos e Virtudes, Protegido por todos os Budas.
Shariputra, no mundo Nadir existem o Buda Simha, Buda Yashas, Buda Yasahprabha, Buda Dharma, Buda Dhramadhyvaja, Buda Sumerukalpa e Budas tão numerosos quanto as areias do Ganges. Cada um no seu mundo, manifestando-se com a característica de uma língua longa e larga que cobre três mil grandes mundos, ao pronunciar essas palavras da verdade. Todos os seres sencientes devem ter fé neste sutra intitulado Sutra de Louvor aos Méritos e Virtudes, Protegido por todos os Budas.
Shariputra, no mundo Zénite, existem também o Buda Brahamaghosa, Buda Naksatraraja, Buda Gamdhottama, Buda Gamdhaprabhasa, Buda Maharchiskamdha, Buda Ratnakusumasampuspitagatra, Buda Salendraraja, Buda Ratnotpalashri, Buda Sarvathadarsha, Buda Sumerukalpa e Budas tão numerosos quanto as areias do Ganges. Cada um no seu mundo, manifestando-se com a característica de uma língua longa e larga que cobre três mil grandes mundos, ao pronunciar essas palavras da verdade. Todos os seres sencientes devem ter fé neste sutra intitulado Sutra de Louvor aos Méritos e Virtudes, Protegido por todos os Budas.
Shariputra, o que pensa? Porque é que este sutra é chamado O Sutra Protegido por Todos os Budas? Shariputra, se houver bons homens e boas mulheres virtuosos que ouçam e aceitem este Sutra, ou ouçam os nomes dos Budas, estes bons homens e boas mulheres virtuosos serão protegidos por todos os Budas. Todos eles não retrocederão no alcance do Anuttara-samyak-sambodhi. Portanto, Shariputra, todos deveriam crer e aceitar as minhas palavras e no que todos os Budas têm enunciado.
Shariputra, aqueles que desejarem nascer no mundo de Buda Amitabha e fizeram este voto, fazem hoje este voto, vão fazer este voto, alcançarão o não retrocesso do Annuttra-samyak-sambodhi. Se já nasceram, se nascem hoje, se vierem a nascer naquela terra do mundo. Portanto, Shariputra, todos bons homens e boas mulheres virtuosos, se tiverem fé, deveriam fazer votos para nascer naquela terra do mundo da Suprema Felicidade.
Shariputra, assim como hoje eu louvo os inconcebíveis méritos e virtudes de todos os Budas, todos estes Budas também louvam os meus méritos e virtudes inconcebíveis. Dizendo estas palavras: Buda Shakyamuni pode realizar esta tarefa árdua, conseguir alcançar o Annuttara-samyak-sambodhi no mundo Saha, o mundo impuro dos cinco males – a impureza de kalpa, a impureza dos pensamentos, a impureza da aflição, a impureza dos seres sencientes e a impureza da vida. Consegue ensinar os seres deste mundo a aceitarem tão difícil Dharma.
Shariputra, esteja consciente que nesta era turbulenta dos Cinco Males eu realizo tão árdua tarefa, como alcançar o Annuttara-samyak-sambodhi, e ensinar ao mundo o Dharma tão difícil. Isto é de fato extremamente árduo.
Depois que o Buda que proferiu tais ensinamentos, Shariputra, e todos os Bhikshus, Devas, Humanos, Asuras e os seres de todos os mundos aceitaram alegremente o que ouviram, creram, reverenciaram e partiram.

Tradução de Elisa Chuang

CAPÍTULO DA ILUMINAÇÃO DE BODHISATTVA MAHASTHAMAPRAPTA ATRAVÉS DA RECITAÇÃO DO NOME DE BUDA (extraído do Sutra Shuragama)

Estavam o príncipe do Dharma, Bodhisattva Mahasthamaprapta e a sua congregação de cinquenta e dois bodhisattvas, quando este se levantou do seu assento e se prostrou com a sua cabeça aos pés do Buda, e disse ao Buda;

Eu lembro-me que no passado, muito antes de numerosas kalpas, tantas quanto as areias do Ganges, houve um Buda chamado Luz Infinita que apareceu no mundo. Nesse mesmo kalpa existiram doze Tathagatas sucessivos, o último Buda foi chamado Superando Luz do Sol e Lua. Esse Buda ensinou-me o samadhi da recitação do nome do Buda.

Suponha que houvesse uma pessoa que se lembra sempre de outra pessoa, mas a outra pessoa de quem ela se lembra esqueceu-se completamente dela. Assim, essas duas pessoas mesmo que se encontrassem ou se vissem umas às outras, seria como se não se tivessem encontrado ou visto. Se essas duas pessoas se lembram uma da outra, e que sejam profundas, se assim for, estarão juntas e inseparáveis como uma pessoa e a sua sombra vida após vida, nunca estarão em desacordo.

Todos os Tathagatas das dez direções por compaixão e atentos aos seres sencientes, estão atentos a eles como as mães se lembram dos seus filhos. Se os seus filhos fugissem, de que servem as considerações das mães?  Se os filhos se lembram das suas mães da mesma forma que as mães se lembram dos filhos, então, vida após vida, as mães e os filhos não estarão distantes.

Se as mentes dos seres sencientes se lembrarem de Buda e recitarem o nome do Buda, certamente verão o Buda agora ou no futuro, e não estarão longe do Buda. E as suas mentes despertarão por si mesmas, sem a ajuda de expedientes. Assim, quando uma pessoa coloca o perfume no corpo, o corpo terá esse aroma. Este é a chamada fragrância solene de luz.

Quando estava no terreno causal, alcancei a Paciência da Vacuidade pela recitação do nome do Buda com a mente concentrada. Atualmente estou neste mundo, reunindo as pessoas que recitam o nome do Buda para retornar para a Terra Pura. O Buda perguntou-me sobre como atingir a Iluminação, eu não escolheria nada além de reunir todos os seis órgãos de sentidos, recitando, concentrado, o nome do Buda sucessivamente, com a mente pura, assim alcançaria a samadhi, este é o método principal.

Tradução de Elisa Chuang

O Buda discursa sobre o Sutra Ullambana

Assim eu ouvi, uma vez, Buda esteve em Sharavarsti, no jardim do benfeitor dos órgãos e dos solitários.

Mahamaudgalyayana recentemente obteve os seis discernimentos e desejou retribuir ao seu pai e mãe falecidos, pela sua bondade em criá-lo.

Assim, ao usar o seu olho interior, ele observou o mundo e viu que a sua mãe falecida renasceu entre os fantasmas famintos, não tendo nem comida nem bebida, ela era apenas pele e ossos.

Mahaudgalyayana sentiu profunda piedade e tristeza, encheu uma taça com comida e tentou ir alimentar a sua mãe. Ela tomou a taça, segurou-a com a mão esquerda e com a direita agarrou um punhado de comida. Mas, antes de a comida entrar na sua boca, tornou-se em pedaços de carvão ardente que não podiam ser comidos.

Mahamaudgalyayana chamou-a e chorou tristemente, indo rapidamente de regresso a Buda para relatar tudo isto.

Buda disse, “as ofensas da tua mãe são profundas e firmemente enraizadas. Tu apenas não tens o poder suficiente. Apesar do teu amor filial mover o céu e a terra, os espíritos do céu, os espíritos da terra, os demónios retorcidos, todos aqueles fora do caminho, Brahmans e os quatro deuses reis celestiais, todos juntos não têm também a força suficiente. O maravilhoso poder espiritual da Sangha reunida das dez direções, é necessária para a libertação ser alcançada.

Eu irei agora falar sobre o dharma da salvação, que mostra as causas de todos aqueles que estão em dificuldades, para abandonarem a preocupação, o sofrimento e para erradicar os obstáculos causados pelas ofensas.

O Buda disse a Maudgalyayana: “O décimo Quinto dia do sétimo mês é o dia Pravarana para a Sangha reunida das dez direções. Pelo bem dos pais e mães de dez gerações passadas, assim como dos pais e mães do presente que estão em perigo, deve ser preparadas oferendas em recipientes límpidos cheios de centenas de aromas, dos cinco frutos e outras oferendas de incense, óleo, lâmpadas, velas, camas e roupas de cama, tudo do melhor do mundo, para a grande e virtuosa Sangha reunida das dez direções. Nesse dia, toda a santa Assembleia, quer nas montanhas onde praticam dhyana samadi, ou obtendo os quatro frutos do caminho, ou caminhando debaixo de árvores, ou usando a independência dos seis discernimentos para ensinar e transformer solidamente os ouvintes e aqueles iluminados pelas condições. Ou provisoriamente manifestando-se como bhikshus quando na verdade são grandes Bodhisattvas no décimo patamar, todos completes em puros preceitos com virtudes como um oceano do caminho santo, devem juntar-se em grande Assembleia e todos os que são semelhantes em mente, recebem a comida pravarana.

Se alguém fizer oferendas a esta Sangha de provarana, o seu pai e mãe, os seus parentes de sete gerações, assim como seis tipos de familiares próximos irão escapar dos três caminhos do sofrimento. E nesse tempo, irão alcançar libertação.

O seu vestuário e alimento irá surgir espontaneamente. Se os pais estiverem vivos, eles irão ter prosperidade e bênçãos por uma centena de anos. Os pais de sete gerações irão renascer nos céus. Ao renascer transformados, irão independentemente entrar na luz da flor celestial e experimentar bênçãos ilimitadas.

Nessa altura, Buda indicou à Sangha reunida das dez direções para recitar mantras e votos pelo bem da família daqueles que doaram, pelos parentes das sete gerações.

Após praticarem a concentração dhyana, eles poderão aceitar a comida. Quando receberem a tigela, coloquem primeiro perante o Buda, na stupa. Quando a sangha reunida terminar os mantras e os votos, então eles devem aceitá-las.

Nesse momento, o bhikshu Maudgalyayana e o grupo de grandes Bodhisattvas, estavam extremamemte deleitados e o som de tristeza do choro de Maudgalyayana, cessou.

Nesse momento, a mãe de Maudgalyayana obteve a libertação de um kalpa de sofrimento como fantasma faminto.

Maudgalyayana dirijiu-se a Buda e disse, “os pais deste discípulo receberam o poder do mérito e virtude da jóia tríplice pelo fantástico poder espiritual desta Sangha reunida.

Se no futuro, os discípulos de Buda praticarem o amor filial ao oferecerem nas bacias de Ullambana, eles serão capazes de fazer passar os seus pais e mais presentes, assim como aqueles das sete gerações passadas?”

O Buda respondeu, “em verdade é bom, estou feliz por ter colocado essa questão. Eu queria mesmo falar sobre tal e agora questionou isso mesmo.

Bom homen, se bhikshus, bhikshunis, reis, princesas da coroa, grandes ministros, grandes oficiais, membros do governo, centenas de oficiais e as dezenas de milhares de cidadãos desejarem praticar compassivamente o amor filial, pelo bem dos seus pais que os criaram, assim como pelo bem dos pais e mães de sete vidas passadas, no décimo quinto dia do sétimo mês, no dia do deleite de Buda, no dia do Pravarana da Sangha, eles devem colocar centenas de sabores de comida nas bacias Ullambana e oferecê-las à Sangha Pravarana das dez direções.

Eles devem fazer voto da causa da longa vida dos pais e mães presentes, de alcançar centenas de anos sem doença, sem sofrimento, aflições ou preocupações e também fazer voto da causa de sete gerações de pais e mães para abandonarem o sofrimento dos fantasmas famintos, para nascerem entre homens e deuses e para terem bênçãos e felicidade sem limite.

 

O Buda disse a todos os bons homens e boas mulheres, “aqueles discípulos de Buda que cultivarem uma conduta filial, devem em pensamento atrás de pensamento, constantemente lembrarem-se dos seus pais e mães presentes, quando estiverem a fazer oferendas, assim como dos pais e mães de sete vidas passadas. Todos os anos, no décimo Quinto dia do sétimo mês, devem sempre, plenos de compaixão filial, lembrarem-se dos seus familiares que os trouxeram à vida e àqueles de sete vidas passadas e pelo seu bem, realizar a oferenda da bacia de Ullambana ao Buda e à Sangha, pagando assim a bondade dos pais que os criaram e nutriram. Todos os discípulos de Buda devem receber, respeitosamente, este dharma”.

 

Nessa altura, o bhikshu Maudgalyayana e os quatro grupos da Assembleia de discípulos, escutando o que Buda disse, praticaram-no em deleite.

 

Fim do discurso de Buda sobre o Sutra Ullambana. Palavras verdadeiras para retribuir a bondade dos pais.

Aula de explicação sobre o Sutra de Amitabha

No dia 5 de Agosto das 16h00 às 17h00 Elisa Chuang, irá dar uma aula sobre “O Sutra de Amitabha como foi Proferido pelo Buda“.
Irá abordar uma explicação sobre a vida do tradutor, o Mestre Kumarajiva, assim como o significado do título do sutra, o que é Buda e a diferença entre Buda Amitabha e Sakyamuni.
Elisa Chuang irá também abordar alguns dos discípulos de Buda, os Bodhisattvas, o ambienta da Terra Pura do Ocidente e com que votos poderemos renascer na Terra Pura do Buda Amitabha.
A aula é gratuita, inscrições para o email: geralg2@ibps.pt
 

O Sutra das Oito Percepções dos Grandes Seres

SUTRA DAS OITO PERCEPÇÕES
DOS GRANDES SERES
Para todos os discípulos do Buda:
manhã e noite,
contemplem as Oito Percepções
dos Grandes Seres
e recitem-nas com frequência.

Primeira: Percebam que este mundo é impermanente, que as nações são inseguras e instáveis, os quatro elementos causam sofrimento e são vazios e não há essência no âmbito dos cinco skandhas; que tudo o que surge necessariamente muda e degenera e tudo é falsa aparência, sem nenhuma essência duradoura; que a mente é a raiz do mal e a forma é a conjunção de acções maléficas. Contemplando estas verdades, libertarse-ão gradualmente do ciclo de nascimento e morte.

Segunda: Percebam que o desejo excessivo causa sofrimento. A fadiga e os problemas do ciclo de nascimento e morte são gerados pela cobiça e pelo desejo. Nutram poucos desejos, sejam receptivos e serão contentes em corpo e mente.

Terceira: Percebam que a mente é insaciável e luta constantemente por mais, agravando assim as suas transgressões e erros. A mente do bodhisattva, por sua vez, reflecte sempre sobre a sua satisfação com o que possui, é tranquila na pobreza e celebra o Dharma. A sabedoria é o único interesse.

Quarta: Percebam que a indolência leva à ruína. Sejam diligentes e libertem-se do domínio de obsessões nocivas. Derrotem os quatro demónios e escapem da prisão das trevas deste mundo.

Quinta: Percebam que a ignorância engendra o ciclo de nascimento e morte. O bodhisattva estuda com afinco, ouve com atenção e reflecte com frequência, almejando desenvolver a sua sabedoria e aperfeiçoar a oratória, preparando-se, assim, para ensinar e transformar as pessoas e mostrar-lhes o maior dos júbilos.

Sexta: Percebam que o ressentimento com a pobreza e com o sofrimento apenas os faz aumentar. O bodhisattva é generoso e equânime tanto com os amigos quanto com o inimigo. Não se prende aos erros do passado e tão-pouco faz novos inimigos.

Sétima: Percebam que os cinco desejos apenas acarretam infortúnios.
Apesar de vivermos neste mundo, não nos maculamos com os prazeres terrenos. Em vez disso, contemplamos sempre o traje do monge, a sua tigela e os seus instrumentos de canto. Com a mente na vida monástica, façamo-nos ao caminho e purifiquemo-nos. A nossa integridade
tudo abarca, a nossa compaixão a todos envolve.

Oitava: Percebam que a vida e a morte são chamas bruxuleantes e que o sofrimento é infindável. Façam o Voto do Mahāyāna de beneficiar todos os seres. Tomem o voto de assumir o ilimitado sofrimento dos seres sencientes e levá-los todos à bem-aventurança suprema.

Todos os budas e bodhisattvas conhecem estas oito verdades. Com determinação, trilham o caminho; com compaixão, aguçam a sua sabedoria.
Embarcam no navio do corpo do Dharma e navegam para a margem do nirvāna. Então, retornam ao ciclo de nascimento e morte para ajudar os outros a atravessar e lá chegar. As oito verdades podem orientar-nos em todos os aspectos da vida e mostrar aos seres sencientes como compreender os sofrimentos do nascimento e da morte. Podem ajudar a desembaraçar-nos dos cinco desejos e a focar a mente no caminho sagrado. Ao recitar estes oito pontos, o discípulo do Buda erradica, pensamento por pensamento, os seus infindáveis débitos kármicos, aproxima-se do estado desperto, ilumina-se, libertando-se do ciclo de nascimento e morte, permanecendo em júbilo eterno.

O Sutra do Coração

O Sutra do Coração é também conhecido como o Sutra da Perfeição da Sabedoria – Prajna Paramita Hridaya Sutra 般若波羅蜜多心經. É um texto conciso e profundo com os ensinamentos básicos dos sutras da Perfeição da Sabedoria.

No Sutra do Coração, Avalokiteshvara, aquele que olha para baixo, escuta e socorre os outros do seu sofrimento, descreve a vacuidade a Shariputra.

O Sutra do Coração finaliza com um mantra ou dharani, que nos induz à compreensão da verdade:

Sânscrito Tradução
Gate gate Foi, foi
Pāragate Foi além (para a outra margem)
Pārasaṁgate Foi completamente para a outra margem
Bodhi svāhā Iluminação, quão maravilhosa!

buddha-heart-sutra-26x52_905
Sutra do Coração em Chinês

Sutra do Coração

OM, homenagem à venerável perfeição da sabedoria!

O bodhisattva Avalokiteshvara, em profunda meditação Prajna Paramita
viu claramente a vacuidade da natureza dos cinco agregados
e libertou-se da dor.

Ó Shariputra, forma não é senão vacuidade,
Vacuidade não é senão forma;

Forma é precisamente vacuidade,
vacuidade precisamente forma.
Sensação, percepção, reacção e consciência
são também assim.

Ó Shariputra,  todas as coisas são expressões da vacuidade.
Não nascidas, não destruídas; não maculadas, não puras,
Sem crescimento nem declínio.
Assim na vacuidade não há forma,
Sensação, percepção, reacção nem consciência;
Não há olhos, ouvidos, nariz, língua, corpo, mente;
Não há cor, som, odor, sabor, tacto, objecto;
Não há campo de visão nem campo de consciência;
Não há ignorância nem fim da ignorância.
Não há velhice e morte nem cessação da velhice e da morte;
Não há sofrimento nem causa do sofrimento.
Não há caminho, não há sabedoria nem proveito.

Sem proveito – assim os Bodhisattvas vivem esta Prajna Paramita
Sem obstáculos na mente.
Sem obstáculos e por isso sem medo.
Muito para além das ilusões, Nirvana é aqui.
Todos os Budas passados, presentes e futuros vivem esta Prajna Paramita
E alcançam a suprema, perfeita iluminação.

Por isso deves saber que Prajna Paramita é o sagrado mantra;
O mantra da grande sabedoria, o melhor mantra.
O mantra luminoso, o mantra supremo,
O mantra incomparável
Que dissipa todo o sofrimento.
Isto é verdade.
Por isso pratica o mantra da Prajna Praramita
Pratica este mantra e proclama:

GATE GATE PARAGATE PARASAMGATE BODHI SVAHA!

Isto completa o Coração da Venerável Perfeição da Sabedoria.