I. Introdução
Saudações auspiciosas a todos. Sou Miao Tan, do Templo de Hsingma, na Malásia. Hoje vou partilhar convosco no Guia da Meditação. No entanto, antes de entrar no tema do Guia da Meditação, permitam-me que comece com uma breve introdução sobre meditação.
II. O que é meditação?
Meditação é treino mental para nos levar a um estado de paz e sossego, longe dos pensamentos. A prática da meditação pode assumir diferentes formas, no entanto, todos os tipos de meditação que existem visam, em última análise, acalmar e relaxar a mente e cultivar a consciência.
Com a meditação, podemos colocar mais ênfase no que se passa à nossa volta em vez de nos concentrarmos no passado ou nos preocuparmos com o futuro. Existem muitos tipos de meditação dependendo da técnica usada.
Podem-se usar vários tipos de meditação para alcançar um estado calmo, que incluem: Meditação Sentada, Meditação a Andar, Meditação em Trabalho e Meditação a Dormir.
III. Introdução à Meditação
A propagação e crescimento da meditação budista no leste pode ser dividida em dois períodos. O primeiro período pode ser referido como Meditação Budista Indiana. O segundo período pode ser chamado de Meditação Budista Chinesa ou Ch’an.
A Meditação Budista Indiana cobre o período do Iluminismo do Buddha Sakyamuni, após muitos anos de esforço espiritual e a subsequente formação da Sangha, até à entrada da meditação budista na China durante a Dinastia Han Oriental.
A meditação era conhecida como Dhyana, na língua sânscrita. Isto significa contemplação silenciosa ou contemplação sobre a verdade. A tradução fonética da Dhyana para o chinês foi Ch’an-na (禪那).
A Meditação Budista Chinesa ou Ch’an cobre o período da Dinastia Tang, até ao desenvolvimento da meditação na Escola Ch’an.
Os ensinamentos da Escola de Budismo Ch’an não dependem da linguagem e das palavras. Palavras não podem descrever Ch’an. Ch’an aponta diretamente para a mente. Gostaria, assim, de partilhar a história do Sermão das Flores.
O Buddha dá um sermão sem palavras aos seus discípulos segurando uma flor branca. Ninguém na plateia entende o Sermão das Flores exceto Mahakasyapa, que sorri. Dentro de Ch’an, o Sermão das Flores comunica a natureza inefável da talidade e o sorriso de Mahakasyapa significa a transmissão direta da sabedoria sem palavras.
Uma transmissão fora do ensino, não estabelecida em palavras, apontando diretamente para o coração do homem,
Assim, a partir da introdução, entendemos que a meditação não é apenas uma técnica usada, mas é mais sobre como praticar a meditação para alcançar e experimentar um estado de tranquilidade.
Existem 6 indicadores para ajudar a praticar meditação.
IV. Indicadores para uma prática de meditação bem sucedida
1. Encontre conforto físico.
Sentar, pode considerar sentar com postura de pernas cruzadas ou na posição de Lótus. É importante que primeiro exista conforto no corpo físico antes de conseguir uma fase de mente descontraída ou calma. Pode-se usar uma almofada de meditação sob seu assento para fornecer conforto.
2. Relaxe o seu corpo e mente.
Respirar fundo, colocar uma mão no estômago ou uma mão no coração. Respire devagar, respire devagar. Observe a respiração para dentro e para fora. Isto permite que se concentrem e encontrem equilíbrio entre foco e relaxamento.
3. Fazer um esforço.
Fazer um esforço significa manter a mente firme e calma em todos os momentos. Todas as práticas de meditação têm estágios. Todas as práticas são muito simples, ainda que tenham resultados notáveis.
4. Pratique intensivamente.
Um meditador deve praticar intensivamente para aperfeiçoar cada etapa. Com extrema concentração ou esforço na observação da respiração.
5. Deve ter entusiasmo em praticar meditação.
Enquanto se for entusiasta na nossa meditação, haverá bons resultados. Quanto maior for o esforço, maior será o resultado.
6. Comece devagar, não exagere.
Comece devagar e comece com calma. Não tenham grandes expectativas da vossa prática, planeiem tempo com o qual se possam comprometer, que vos seja sustentável.
V. Três Práticas Básicas de Meditação
Existem três práticas básicas de meditação que ajudarão a alcançar uma mente calma e relaxante: Meditação de Relaxamento, Meditação de Contagem de Respiração e Meditação de Observação da Respiração são as práticas principais.
1. Meditação de Relaxamento
O relaxamento não é fácil e não vem naturalmente para muitos de nós.
Para melhorar no relaxamento podemos fazer algum exercício físico, como yoga para relaxar e esticar o corpo. A prática regular facilita a condição do nosso corpo para encontrar equilíbrio entre o foco e o relaxamento.
2. Contagem da respiração
O método básico de regulação da mente é contar a respiração num ciclo repetitivo de dez respirações. A ideia básica é que, concentrando-se na simples técnica de contar, isso deixa a mente com menos oportunidades para pensamentos errantes.
Concentrem-se na vossa respiração. Começar por respirar fundo – inspirando pelo nariz e expirando pela boca. Enquanto se inala, pensar em receber ar fresco; enquanto expira, pensar em deixar ir qualquer stress do corpo e da mente.
3. Observação da respiração
A técnica consiste simplesmente em seguir mentalmente os movimentos do abdómen que se move para dentro e para fora como consequência natural da respiração.
Agora, comecem a contar silenciosamente as respirações. Ao inspirar contam 1, ao expirar contam 2 e assim por diante até 10.
Se os pensamentos surgirem ou a vossa mente começar a vaguear, não se preocupem. Apenas guiem a atenção de volta para a respiração.
Para praticar meditação, tem que se começar devagar e ser paciente na prática, por vezes, desistimos de praticar meditação porque, achamos que é muito chato observar apenas a respiração.
VI. Conclusão
Buddha apresenta uma prática de meditação que usa a respiração consciente para acalmar a mente, de modo que esta esteja apta a ver dentro de si mesma, a deixar-se levar livremente.
O objetivo de praticar meditação é ajudar-nos a aliviar o nosso corpo e mente do stress, portanto, se estivermos bem preparados, podemos alcançar uma meditação bem sucedida.
I. Introdução
Saudações auspiciosas a todos. Sou Miao Tan, do Templo de Hsingma, na Malásia. Hoje vou partilhar convosco no Guia da Meditação. No entanto, antes de entrar no tema do Guia da Meditação, permitam-me que comece com uma breve introdução sobre meditação.
II. O que é meditação?
Meditação é treino mental para nos levar a um estado de paz e sossego, longe dos pensamentos. A prática da meditação pode assumir diferentes formas, no entanto, todos os tipos de meditação que existem visam, em última análise, acalmar e relaxar a mente e cultivar a consciência.
Com a meditação, podemos colocar mais ênfase no que se passa à nossa volta em vez de nos concentrarmos no passado ou nos preocuparmos com o futuro. Existem muitos tipos de meditação dependendo da técnica usada.
Podem-se usar vários tipos de meditação para alcançar um estado calmo, que incluem: Meditação Sentada, Meditação a Andar, Meditação em Trabalho e Meditação a Dormir.
III. Introdução à Meditação
A propagação e crescimento da meditação budista no leste pode ser dividida em dois períodos. O primeiro período pode ser referido como Meditação Budista Indiana. O segundo período pode ser chamado de Meditação Budista Chinesa ou Ch’an.
A Meditação Budista Indiana cobre o período do Iluminismo do Buddha Sakyamuni, após muitos anos de esforço espiritual e a subsequente formação da Sangha, até à entrada da meditação budista na China durante a Dinastia Han Oriental.
A meditação era conhecida como Dhyana, na língua sânscrita. Isto significa contemplação silenciosa ou contemplação sobre a verdade. A tradução fonética da Dhyana para o chinês foi Ch’an-na (禪那).
A Meditação Budista Chinesa ou Ch’an cobre o período da Dinastia Tang, até ao desenvolvimento da meditação na Escola Ch’an.
Os ensinamentos da Escola de Budismo Ch’an não dependem da linguagem e das palavras. Palavras não podem descrever Ch’an. Ch’an aponta diretamente para a mente. Gostaria, assim, de partilhar a história do Sermão das Flores.
O Buddha dá um sermão sem palavras aos seus discípulos segurando uma flor branca. Ninguém na plateia entende o Sermão das Flores exceto Mahakasyapa, que sorri. Dentro de Ch’an, o Sermão das Flores comunica a natureza inefável da talidade e o sorriso de Mahakasyapa significa a transmissão direta da sabedoria sem palavras.
Uma transmissão fora do ensino, não estabelecida em palavras, apontando diretamente para o coração do homem,
Assim, a partir da introdução, entendemos que a meditação não é apenas uma técnica usada, mas é mais sobre como praticar a meditação para alcançar e experimentar um estado de tranquilidade.
Existem 6 indicadores para ajudar a praticar meditação.
IV. Indicadores para uma prática de meditação bem sucedida
1. Encontre conforto físico.
Sentar, pode considerar sentar com postura de pernas cruzadas ou na posição de Lótus. É importante que primeiro exista conforto no corpo físico antes de conseguir uma fase de mente descontraída ou calma. Pode-se usar uma almofada de meditação sob seu assento para fornecer conforto.
2. Relaxe o seu corpo e mente.
Respirar fundo, colocar uma mão no estômago ou uma mão no coração. Respire devagar, respire devagar. Observe a respiração para dentro e para fora. Isto permite que se concentrem e encontrem equilíbrio entre foco e relaxamento.
3. Fazer um esforço.
Fazer um esforço significa manter a mente firme e calma em todos os momentos. Todas as práticas de meditação têm estágios. Todas as práticas são muito simples, ainda que tenham resultados notáveis.
4. Pratique intensivamente.
Um meditador deve praticar intensivamente para aperfeiçoar cada etapa. Com extrema concentração ou esforço na observação da respiração.
5. Deve ter entusiasmo em praticar meditação.
Enquanto se for entusiasta na nossa meditação, haverá bons resultados. Quanto maior for o esforço, maior será o resultado.
6. Comece devagar, não exagere.
Comece devagar e comece com calma. Não tenham grandes expectativas da vossa prática, planeiem tempo com o qual se possam comprometer, que vos seja sustentável.
V. Três Práticas Básicas de Meditação
Existem três práticas básicas de meditação que ajudarão a alcançar uma mente calma e relaxante: Meditação de Relaxamento, Meditação de Contagem de Respiração e Meditação de Observação da Respiração são as práticas principais.
1. Meditação de Relaxamento
O relaxamento não é fácil e não vem naturalmente para muitos de nós.
Para melhorar no relaxamento podemos fazer algum exercício físico, como yoga para relaxar e esticar o corpo. A prática regular facilita a condição do nosso corpo para encontrar equilíbrio entre o foco e o relaxamento.
2. Contagem da respiração
O método básico de regulação da mente é contar a respiração num ciclo repetitivo de dez respirações. A ideia básica é que, concentrando-se na simples técnica de contar, isso deixa a mente com menos oportunidades para pensamentos errantes.
Concentrem-se na vossa respiração. Começar por respirar fundo – inspirando pelo nariz e expirando pela boca. Enquanto se inala, pensar em receber ar fresco; enquanto expira, pensar em deixar ir qualquer stress do corpo e da mente.
3. Observação da respiração
A técnica consiste simplesmente em seguir mentalmente os movimentos do abdómen que se move para dentro e para fora como consequência natural da respiração.
Agora, comecem a contar silenciosamente as respirações. Ao inspirar contam 1, ao expirar contam 2 e assim por diante até 10.
Se os pensamentos surgirem ou a vossa mente começar a vaguear, não se preocupem. Apenas guiem a atenção de volta para a respiração.
Para praticar meditação, tem que se começar devagar e ser paciente na prática, por vezes, desistimos de praticar meditação porque, achamos que é muito chato observar apenas a respiração.
VI. Conclusão
Buddha apresenta uma prática de meditação que usa a respiração consciente para acalmar a mente, de modo que esta esteja apta a ver dentro de si mesma, a deixar-se levar livremente.
O objetivo de praticar meditação é ajudar-nos a aliviar o nosso corpo e mente do stress, portanto, se estivermos bem preparados, podemos alcançar uma meditação bem sucedida.
Venerável Mestre Miao Tan, Templo Fo Guang Shan Hsingma, Malásia
Tradução para português: Eduardo Patriarca