6 de Setembro – RETIRO DE MONTANHA

Que duração têm as vaidades desde os tempos passados?

As ondas da evanescência transbordam durante o dia inteiro;

As ruínas do Rei de Han estão cobertas pelas ervas de Outono,

E o palácio do Lorde Wu foi engolido pelas noites silenciosas.

Uma casa repleta de ouro, e ainda assim o coração ganancioso recusa-se a descansar,

Uma casa repleta de branco, e ainda assim é pomposa na sua aparência.

Quem é que sabe que o contentamento faz de nós um Buda,

E que o seu robe de lã está coberto com a fragrância dos néctares.

Pelos campos cobertos de orquídeas vermelhas e de gotas de humidade,

Arrasto os meus passos descontraidamente em direção ao pico de Oeste.

Permite à mente ser como o lótus, pura e isenta de sujidade,

Porquê deixar o corpo tornar-se num cadáver sujo e exausto?

Por estes caminhos, as nuvens e as árvores antigas erguem-se,

Destes picos cobertos de neve, os gorilas brancos uivam.

Apesar de não ser comparável à Terra das Pétalas de Pêssego,

Quando a Primavera chegar, cobrindo-nos com as mesmas pétalas,

O riacho será tão belo como esse local.

— retirado de Colecção Completa dos Poemas Tang

Audio do livro 365 Dias para o Viajante, do Ven. Mestre Hsing Yun